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As urnas eletrônicas e o controle das eleições

Só depois de quase duas décadas de uso no Brasil, os legisladores brasileiros chegaram à conclusão de que a urna eletrônica é suscetível a fraudes. A comunidade científica nacional e internacional sempre foi desafiada, principalmente pela Justiça Eleitoral brasileira, que sempre afirmou que a urna eletrônica é confiável. Era de se esperar que, aos poucos, a sociedade brasileira e os eleitores fossem perdendo a confiança nesta tecnologia, rejeitada nas democracias mais avançadas. Além disso, há muito tempo que a comunidade científica nacional e internacional atestou, também, que a nossa urna eletrônica não é um instrumento auditável. O PSDB levou alguns meses para comprovar o óbvio. Mesmo assim, ainda existem alguns parlamentares que duvidam disso. Por conta da descrença dos legisladores brasileiros, foi aprovado, para ser usado já nas eleições de 2016, o voto impresso, como se isso viesse a resolver os efeitos maléficos das urnas eletrônicas. É um passo, mas não é a solução para

O PSDB, Urnas Eletrônicas e o Estupro da Democracia

As constantes denúncias nas redes sociais contra a fragilidade de nosso sistema eletrônico de votação e o pedido de auditoria da última eleição feito pelo PSDB poderão contribuir para fazer justiça numa nação faminta de justiça. Os países que criaram as urnas eletrônicas como Estados Unidos, Japão e Alemanha não utilizam esta tecnologia por considerá-la frágil e suscetível a fraudes. Por fim, a tecnologia de voto eletrônico não conseguiu ainda prosperar nas democracias tradicionais, mas está se proliferando nos países em desenvolvimento, como Brasil, Venezuela, Filipinas e muitos outros países pobres da África. Há mais de dez anos que começamos a descrever, em capítulos de livros, revistas internacionais e outras publicações nacionais, os riscos do voto eletrônico para a democracia no Brasil. Vale mencionar, ainda, os trabalhos de diversos acadêmicos e técnicos brasileiros, que vem denunciando a utilização do voto eletrônico no Brasil e a sua falta de segurança.   Naquela época vot

O Marco Civil da Internet, NetMundial e o Menosprezo aos Cidadãos

O projeto de lei que instituiu o Marco Civil da Internet foi sansionado pela Presidente Dilma Rousseff, durante a abertura do encontro da NetMundial, realizado em São Paulo, nos dias 23-24 de abril do corrente ano, com a presença de representantes de cerca de 80 países. De um lado, o Brasil poderia dizer: vejam o nosso marco civil da internet e que os governos de seus países deveriam fazer o mesmo. Do outro lado, os Estados Unidos satisfeitos por ter conseguido abraçar o Brasil em seus esforços políticos de divulgar o discurso corporativista de Multistakeholder. Para alguns, era possível dizer: Tudo está muito bem, vamos tomar caipirinhas! Para o ICANN, institutição americana responsável pela governaça atual da internet, todos estavam felizes, considerando que estavam convergindo para os valores de um modelo de governança, denominado de Multistakeholder, ou seja, o modelo de governnça corporativa americano. Mas, no final do evento, como era de se esperar, chegou-se ao momento desag

CPI da Espionagem, a Vulnerabilidade Heartbleed e Ações Políticas

Na mesma semana em que a CPI da Espionagem no Brasil concluiu seu relatório, sem apresentar culpados, mas demonstrando grande vulnerabilidade da segurança cibernética do nosso país, o mundo se apavora com o bug Heartbleed, que pode ser traduzido como hemorragia cardiáca ou coração em sangria, nome de impacto midiático dado a uma falha do software OpenSSL, descoberta por engenheiros filandeses. Assim sendo, o bug Heartbleed é uma vulnerabilidade séria do software de criptografia conhecido como OpenSSL, identificada como sendo um novo flagelo e uma das maiores falhas da história da internet, afetando a segurança de cerca de dois terços de todos os websites mundiais. Seus efeitos levaram usuários em todo o mundo a mudarem suas senhas, grandes organizações a providenciarem possíveis defesas e o próprio governo do Canadá a suspender a submissão eletrônica de imposto de renda da população. Se a CPI da Espionagem no Brasil desmistificou a mentira de muitos dirigentes públicos que, vergo

Espionagem e a Tecnologia de Código Aberto no Governo

As revelações de espionagem de Edward Snowden, agente ligado à Agência de Segurança dos Estados Unidos, denominada de NSA, no ano que passou, apontaram enorme fraqueza relacionada com a segurança de tecnologia de informação, não só nas organizações brasileiras, mas em quase todo o mundo. A situação do Brasil e Alemanha foi estarrecedora, quando a nossa Presidente, Dilma Rouseff, e a Primeira Ministra da Alemanha, Angela Merkel, foram focos prioritários de espionagem da própria NSA e outras agências governamentais dos Five Eyes (EUA, Austrália, Canadá, Reino Unido e Nova Zelândia). Se 2013 foi o ano das revelações de espionagem de Snowden, 2014 será, com certeza, a reação do mundo às táticas de espionagem dos Estados Unidos, que parecem ter perdido a liderança moral da Internet e poderão, a partir de agora, perder a liderança tecnológica. Diante disto, as estratégias de segurança da informação irão florescer durante o corrente ano. No Brasil várias ações concretas estão em anda