Necessidade de uma Reforma Política com Ruptura e Choque
O nível de degeneração e decadência a que chegou boa parte da classe política e de membros dos trës poderes no Brasil nos leva a concluir o quanto estamos longe de uma democracia. Alguns cínicos, que fazem parte da casta burocrática que se locupleta com as benesses do andar de cima, de quando em vez, alardeiam que as instituições estão funcionando. Como estão funcionando, se são suspeitas, desacreditadas e sem credibilidade? A sociedade está cada vez mais desiludida, desesperada e indignada. A cada dia que se passa a situação piora, ao invés de melhorar. Alguns deixando o país, outros querendo deixá-lo diante da perda de esperança e da indignação. O que nos anima ainda é a voz daqueles que estão sempre protestando contra este quadro deprimente de ruínas e desolação.
Não se ouve mais o som das panelas e a voz das
ruas, mas a indignação está dentro de cada um. A casta dos mandarins no
executivo, legislativo e judiciário parece indiferente ao que está acontecendo.
Não há dúvidas de que temos alguns bons políticos, como também bons magistrados
no poder judiciário. Infelizmente estão nos andares de baixo e nada podem fazer
para provocar as mudanças de que necessitamos. É neste cenário deprimente que
surgem várias proposições de mudanças. Alguns pedem a volta dos militares,
outros diretas-já, enquanto os beneficiários do poder afirmam que as
instituições estão funcionando. Como estão funcionando quando temos um
Presidente da República, que já deveria ter sido destituído, um legislativo que
dar as costas ao povo, além do envolvimento nos maiores escândalos de corrupção
do país e um judiciário desorganizado, desacreditado
e favorável a injustiças sociais, a partir de seus super-salários? O STF, por exemplo, passa a imagen de que
permite deuses no seu colegiado, agindo sem limites e tamanha imparcialidade, que denigrem e desmoralizam o judiciário brasileiro.
Tanto a imprensa nacional quanto internacional
comentam sobre supersalários no Brasil, que representam uma indecência, deboche
e escárnio à sociedade. É inadmissível que um professor universitário, com
mestrado e doutorado, após vários anos de estudo, ter um salário inferior a um
burocrata do poder legislativo ou judiciário, por exemplo. É inadmissível que
um general, almirante ou brigadeiro, encarregado de defender a soberania
nacional, depois de vários anos de estudo, tenham seus soldos inferiores a
burocratas destes poderes. Não há dúvidas de que várias instituições de fora do
poder (andar de baixo) estão funcionando. As forças armadas estão funcionando,
tentando defender as nossas fronteiras e combatendo a violência, a exemplo do
que acontece na cidade do Rio de Janeiro. As polícias militares estão
funcionando e mesmo com a perda de soldados estão combatendo o crime, em várias
partes do país. Os professores estão na
sala de aula, apesar de salários aviltados. As igrejas estão levando a palavra
de Deus e pedindo justiça as autoridades brasileiras.
O problema é que o andar de cima não está
funcionando. Democracia para os que estão lá é aquela que safisfaz seus
interesses, desrespeitando tudo que existe nos andares de baixo. Os exemplos
são muitos. Já faz um bom tempo que a OAB, por exemplo, pediu o impeachment do
Presidente Temer. Apesar das cobranças, nada acontece. Pelo contrário, um
ministro do STF, indicado pelo Presidente Temer, como seu aliado, foi contrário
ao pedido de impeachment da OAB. A base,
neste caso, deve construir algum tipo de poder. Estamos diante de um caso esdrúxulo,
nunca registrado no nosso país, que exige uma solução que pode parecer também esdrúxula.
A sociedade tem que construir uma solução que tenha poder, urgentemente.
Daí a necessidãoade de uma reforma política,
mas não uma reforma para alimentar conchavos, como esta que está sendo proposta
pela classe política, que está desacreditada para fazê-la. Os homens de bem
deste país tem que agir urgente para evitar o pior. Isto exige uma ruptura do
que aí está. Um choque elétrico. É ruptura e choque porque exige força. Exige
bons pensamentos e a coragem dos homens de bem deste país. É ruptura porque
exige mudanças profundas e redesenho do modelo político do nosso país. Uma nova
reengenharia para reformar os poderes da nação, extirpando a corrupção em todas
as esferas (federal, estadual e municipal). A participação dos andares de baixo nesta
ruptura poderá tornar o processo democrático. A sociedade tem que reverter o
golpe que lhe foi dado, por mercenários inescrupulosos, desgraçando o nosso
país. Não pode existir democracia no ambiente atual.
As igrejas, os juristas, as forças armadas, os
acadêmicos, jornalistas, imprensa, e várias outras representações dos andares
de baixo tem todas as condições para, num prazo de 60 a 90 dias, proporem um
modelo político para o país, convocando eleições diretas e gerais para eleger
um novo Presidente da República e um novo Congresso. Não se trata de direita ou
esquerda. A sociedade quer uma solução para por a casa em ordem. Da mesma forma
que as forças armadas foram convocadas para combater criminosos e traficantes
nos morros do Rio, deve ser convocada pela sociedade para combater criminosos e
corruptos no andar de cima. Deve juntar-se à Polícia Federal para chamar o
feito à ordem, diante de um cenário de corrupção e criminalidade, que serve de
espelho para o elevado nível de criminalidade existente no país.
Na hora em que se eliminar a corrupção e
criminalidade no andar de cima, com certeza, a criminalidade no país será
reduzida. A sociedade quer paz e, mais do que nunca, quer defender o que está
escrito na nossa bandeira – ordem e progresso. Precisamos de criatividade da
sociedade brasileira. Alguns estão pensando apenas numa solução econômica. Porém,
a questão política e ética é mais urgente.
Este texto foi divulgado pelo site Congresso em Foco e vários outros.
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/e-necessaria-uma-reforma-politica-com-ruptura-e-choque/
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