Do Voto Eletrônico à Inteligência Artificial – Riscos e Apocalipse

 

Fonte: You Tube                                                                                                                                           

Se o Brasil foi pioneiro no voto eletrônico, parece querer ser também no uso da Inteligência Artificial no processo eleitoral, conforme divulgado pela imprensa. Como já foi dito, trata-se de um tema de grande desafio, riscos incalculáveis e possibilidades assombrosas: apocalipse da Inteligência Artificial. 

As ferramentas de IA espalham a desinformação, como já vimos nas eleições passadas, numa escala de riscos semelhantes às pandemias e guerras nucleares e com o chamado Deepfake na Inteligência Artificial, poderemos ter o início do apocalipse por aqui.

Merece destaque a posição da Justiça Eleitoral brasileira de enfrentar  o chamado deepfake, principalmente de imagens, que invadirão completamente a internet. Mitigar estes riscos deve ser uma prioridade global. Não podemos imaginar o deepfake na IA de imagens de milhares de candidatos numa eleição no Brasil.  

Há poucos dias, o governador do Tennessee, Bill Lee, assinou a primeira lei nos Estados Unidos, desenhada para proteger cantores, performers e outros profissionais da indústria de música das ameaças da IA e contra a propriedade intelectual sendo replicada sem consentimento.

Para o governador, os artistas têm a propriedade intelectual. Eles têm o dom e algo único que é só deles e não da Inteligência Artificial. Por outro lado, muitos artistas disseram que eles não podem se dar ao luxo de terem uma solução perfeita, referindo-se as ameaças da IA, já mostrada em seus celulares e estúdios de gravações.

Também há poucos dias, as estrelas da música internacional, a exemplo de Billie Eilish, Nicki Minaj, Stevie Wonder e muitos outros demandaram proteção contra a IA numa carta aberta, assinada por mais de 200 artistas, emitida pela Aliança de Direitos dos Artistas,  pedindo as empresas de tecnologia que não desenvolvam ferramentas de IA para substituir as criatividades humanas.

Para eles, o assalto à criatividade humana deve parar. Devemos nos proteger contra o uso predatório da IA que está roubando a voz e a semelhança dos artistas profissionais, disseram eles, violando os direitos de criadores e destruindo o ecossistema da música. Reconheceram, ainda, que a utilização responsável da tecnologia pode ter benefícios para a indústria de música.

Numa época de uma tecnologia limitada, comentamos sobre os riscos do voto eletrônico à democracia no Brasil, mas é inadmissível dizer que nosso sistema eleitoral pode ser fraudado, sem as devidas provas. Recentemente, o ex-presidente Bolsonaro usou fake news para dizer publicamente que isto acontece no Brasil.

Nunca se imaginou que os riscos à democracia no país se dariam através de fake news, levando a cassação do ex-presidente. Uma maior participação da sociedade no controle do voto eletrônico parece ser o caminho de se reduzir riscos nas eleições.

É preciso compreender que a Inteligência Artificial não entende o que está fazendo, que não tem consciência, moral, pensamento independente e não tem emoções e empatia. Não faz um esforço criativo próprio. Não tem inspiração, percepção e um processo cognitivo. Como confiar cegamente neste tipo de tecnologia?

Enfim, a IA não tem vida e experiencia na sua existência. Não tem emoções e sentimentos e não passa de um dispositivo de informações despejadas através de máquinas mecânicas que não sentem nada do que se tem contato ou toque.

Tem informações, mas informação não é conhecimento. Informação é um dado que se correlaciona com outros dados. Conhecimento não é meramente informação, muito menos dados. Conhecimento é adquirido ao longo do tempo com  emoções somáticas e sentimentos e experiencias da mente. Em outras palavras, conhecimento apenas existe porque temos emoções. IA não tem isto nem pode tê-las, não importa a quantidade de dados que manipulam.

Há poucos dias economistas mostraram ter dúvidas se a IA já é visível nos dados de produtividade e se esta tecnologia, ainda na sua infância, vai mesmo tornar as empresas mais eficientes. O presidente do Banco Central Americano, Jerome Power, sugeriu que a IA tem o potencial de aumentar a produtividade, mas provavelmente não a curto prazo.

A IA tech está aí nos revelando que os novos tech lordes estão esperando nos alimentar com a visão de futuro deles. Neste capitalismo feudal, onde cada nova ferramenta traz promessas que terminam nas mãos de pessoas menos imaginativas e mais inescrupulosas e exploradoras, é lamentável a confiança exagerada de alguns cientistas IA. Segundo o professor Diego Cortiz, isto está acontecendo “sem senso crítico, em sistemas de IA”.

Ainda bem que que outros cientistas nas ciências sociais e humanas, a exemplo de sociólogos, juristas, educadores, artistas e filósofos já começaram a colocar a Inteligência Artificial no seu devido lugar. 

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