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Boicotes num Ambiente Hostil à Natureza, Saúde e à Democracia – Inacreditável Acontecendo

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  Diante do que vem acontecendo com a destruição do nosso país, a sociedade brasileira tem que pensar no boicote como uma ferramenta de defesa. O inimaginável vem acontecendo nos Estados Unidos nos últimos dias, quando corporações ameaçam boicotar as políticas da extrema direita nos Estados governados pelo Partido Republicano, que tenta implementar legislações visando reduzir a participação dos negros nas próximas eleições. Para o Brennan Center for Justice, da Escola de Direito da Universidade de Nova York, os efeitos destas legislações são os de reduzir o acesso às urnas de eleitores negros. Para a imprensa americana, os legisladores republicanos estão dando uma resposta às afirmações falsas de Trump de que ele perdeu as eleições por conta de fraudes em áreas que votaram em peso contra ele. Limitar ou dificultar os votos dos negros nestas áreas é inaceitável, razão pela qual em vários Estados como Texas, Georgia e Iowa, corporações como Coca-Coca, Delta Airlines, Microsoft e dezena

Transição para a Produção e Consumo Sustentáveis – Covid-19 nos Frigoríficos

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“A produção de carne industrial não é só responsável pelas precárias condições de trabalho, mas expulsa as pessoas de suas terras, leva ao desmatamento, perda da biodiversidade e uso de inseticidas – além de ser um dos principais fatores da crise climática”. (Meat Atlas 2021). A Pandemia de Covid-19 desmascarou o mito das grandes cadeias de suprimento de carne não só no Brasil, mas no mundo inteiro, a exemplo da corporação brasileira JBS, atingida no Brasil, Canadá e Estados Unidos. A política de concentração de frigoríficos no Brasil precisa ser revista, incluindo a quebra de monopólio e uma análise aprofundada dos efeitos da Covid-19 nestas empresas deve chegar ao público, sobretudo em termos de aumento de preços e falta de produtos no mercado.  Nesta direção, mais de 30 (trinta) grupos e organizações, incluindo o Instituto de Mercados Abertos e alguns senadores dos Estados Unidos estão pedindo ao Presidente Biden o uso da Lei Anti-Trust para banir o monopólio do que é chamado de Big

COVID-19 nas Corporações Cargill e JBS no Brasil e Canadá

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  A Pandemia global de COVID-19 expôs os riscos e vulnerabilidades das cadeias de suprimentos em todo o mundo. Os governos e corporações  vem apoiando a concentração de terras e produção de alimentos, mas esqueceram pontos chaves e cruciais tais como saúde, direitos humanos, mudanças climáticas, devastação das florestas e insegurança alimentar na gestão da globalização da indústria de alimentos. Chegou o tempo de mostrar agora que o discurso de sustentabilidade destas corporações é o de como se ganhar dinheiro. Já discutimos aqui que a concentração de terras no Brasil tornou o setor da agricultura insustentável e a concentração de frigoríficos no país segue o mesmo caminho. O surto de COVID-19 nas corporaçoes  abateu a cadeia de suprimento da indústria de carnes de forma muito dura em vários países. Nos Estados Unidos, no governo Trump, estas indústrias foram protegidas, no sentido de que não seriam fechadas como serviços essenciais. A Cargill, corporação americana, chegou a ser fec

Aquisição de Terras por Investidores Estrangeiros – Riscos à Soberania e Segurança Alimentar

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Há pouco tempo uma Comissão do Senado do Canada demonstrou preocupações com a aquisição de terras, considerando que a propriedade familiar rural sempre foi a espinha dorsal do país durante gerações. No final, a Comissão fez recomendações no sentido de uma cooperação nos diferentes níveis de governo para se discutir a aquisição de terras. Estranhamente, o Senado do Brasil aprovou, há poucos dias, sem nenhuma discussão um projeto de aquisição de terras no Brasil por investidores estrangeiros. Para o autor do projeto, senador Irajá (PSD-TO), a proposta visa "possibilitar o ingresso de agroindústrias transnacionais no Brasil voltadas para o desenvolvimento da cadeia produtiva agrícola de longo prazo, que agreguem valor, gerem mais empregos e aumentem a qualidade e a quantidade da produção agrícola brasileira". Considerando os riscos da concentração de terras em poucas mãos, estes argumentos são refutados pela nossa própria experiencia brasileira, como por pesquisas nacionais e in

Suco de Laranja e o COVID-19 – Necessidade de um Mercado Sustentável de Frutas

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Jose Rodrigues Filho * Maria da Guia Rodrigues Pessoa ** Robson Rogério Pessoa Coelho *** O Brasil e o mundo são carentes de educação alimentar e alimentos, o que fragiliza a saúde e a vida de muitos. Como um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, temos um bom percentual de brasileiros passando fome. Exportamos as frutas de boa qualidade e muitas vezes comemos o que sobra. Não estamos vivenciando um mercado sustentável, que já prejudica as gerações atuais e sem pensar nas gerações futuras.  Num mundo com possibilidades de grandes pandemias, como no momento, temos que pensar numa educação alimentar sustentável e, também, num mercado sustentável de alimentos – não este que está aí.  Pesquisa realizada na Europa recentemente mostrou que menos de 40% dos profissionais de saúde conheciam o conteúdo dos sucos de frutas. Foi mostrado que profissionais médicos tinham menos de 24 horas de treinamento em nutrição durante seus anos de estudo, quando comparado com o alto conhecimento do

Agronegócios e Escravidão – Resistências ao Discurso de Sustentabilidade

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  As pesquisas estão mostrando que a escravidão no Brasil atrasou o processo de industrialização, mas é preciso mostrar o que está acontecendo com o agronegócio brasileiro que, ao invés de acelerar a industrialização e desenvolvimento sustentável, fortaleceu uma base agrícola de dois blocos: um bloco elitista e conservador nas mãos de poucos, detentores de todos os privilégios, em detrimento do bloco de produtores marginalizados do progresso, incapazes de prosperar e gerar renda. Como resultado, tem-se o enriquecimento cada vez maior de uma pequena elite, aumentando as desigualdades e encarecendo os alimentos no país. Esta divisão se mostra alarmante quando se percebe que pouco mais de dez por dos estabelecimentos rurais são responsáveis por quase noventa por cento da produção agropecuária. Assim sendo, temos o bloco de acumulação de riquezas e outro com muitos estabelecimentos de baixa produtividade e produção, que se convencionou chamar de socialização da pobreza da agricultura fam