BRICS Atacam Mídias Digitais e Maior Fábrica de Idiotas

 

Fonte: You Tube                                                                                                                                            

Primeiro foi o STF e este final de semana foram os BRICS que atacaram as mídias sociais, vistas como produtoras de idiotas Embora de forma limitada, o STF (Supremo Tribunal Federal) atacou a maior e mais poderosa fábrica de idiotas do mundo – mídias sociais - que vinha operando no Brasil, de forma abusiva, com mão de ferro..                                                
A ação da Suprema Corte não foi só louvável, mas educativa, mostrando a carência  de tecnologias que honrem a dignidade humana. Por sua vez, os BRICS podem ir mais além e mudar a lógica estrutural das Big Techs no capitalismo digital.

Países europeus, a exemplo da França, Alemanha, Reino Unido e a própria União Europeia, já tentaram regulamentar conteúdo criminosos das redes sociais, mas sem desmantelar a arquitetura do dano. Enfim, as legislações atacam os sintomas tais como fake News, discurso do ódio, vídeos violentos, bem visíveis, mas deixam a lógica estrutural das Bigs Techs  no capitalismo digital intacta.

São ações importantes e educativas, alertando a sociedade sobre os riscos das mídias sociais, mas não são suficientes se o algoritmo que promove tais riscos permanece intacto. Assim sendo, precisamos de uma abordagem ética e política que veja o dano não apenas como uma questão jurídica, mas como uma característica estrutural do capitalismo digital.

Portanto, como já foi dito, a questão não é só de conteúdo, mas se trata de vidas sendo violentas, emoções e identidades sendo estruturadas visando o lucro. Estamos vendo a ansiedade, esgotamento, exposição compulsiva e a erosão da autonomia, vendidas de volta para nós como empoderamento.

No capitalismo digital os monopólios tecnológicos, os proprietários de plataformas e os designers algorítmicos definem o ambiente digital, que inclui uma infraestrutura tecnológica e uma arquitetura ideológica, com sistemas de recompensa sobre o que sentir, compartilhar e causar dor. Estes sistemas não precisam forçar você, eles só precisam treinar você a produzir, consumir e reproduzir a própria lógica que nos explora. 

Neste caso, ações políticas são necessárias para determinar o desenho de tecnologias e mídias sociais voltadas para a dignidade humana e não para a visibilidade do mercado e do lucro fácil para poucos. É preciso desmantelar as estruturas das Big Techs, em busca de tecnologias que nos ofereça outras formas de viver, conectar, aparecer e cuidar.

Foi mais do que apropriada a ação do STF em não permitir que a liberdade de expressão seja definida pelos maiores proprietários das Big Techs, a exemplo de Mark Zuckerberg e Elon Musk e que as corporações sejam punidas pela divulgação de fake News,  atos antidemocráticos, terrorismo, indução ao suicídio, crimes contra mulher, pornografia infantil, tráfico de pessoas, entre outros.

Na União Europeia, há pouco tempo, as plataformas de mídias sociais foram regulamentadas, a exemplo do Ato de Serviços Digitais e o Ato dos Mercados Digitais, considerando o poder das Big Techs e seus impactos na democracia, confiança nas instituições e difusão de desinformação.

Mesmo assim, nem no Brasil nem na União Europeia a liberdade de expressão foi regulamentada. O que foi regulamentado foram os crimes praticados pelas mídias sociais, que querem continuar agindo com mão de ferro. Será que figuras como Bolsonaro e Trump teriam sido eleitos sem os crimes das redes sociais? Esta é uma grande questão.

Argumenta-se que a União Europeia foi severamente punida com as tarifas de Trump e o mesmo já aconteceu Brasil, por conta da regulamentação de crimes nas redes sociais. Se tudo que é produzido é regulamentado, por que não regulamentar crimes nas redes sociais? O poder econômico dos BRICS, que não deve temer as ameaças de TRUMP, pode mudar a lógica de design das tecnologias no mundo, sobretudo das mídias sociais.

Com um Congresso Nacional reconhecido por suas políticas do mall, dificilmente o país avançará numa regulamentação de crimes nas redes sociais e outras mudanças mais importantes. Como bem disse o presidente da Câmara dos Deputados: “não legislar também é uma posição”, considerando ainda um erro do STF em decidir sobre o assunto.

Espera-se que numa próxima legislatura o Brasil assuma o protagonismo no design de tecnologias de mídias sociais, junto dos demais países da América Latina, de modo que se construa uma força, como aconteceu na União Europeia, para desmantelar a estrutura ideológica e a lógica algorítmica das Big Techs, em benefício da humanidade.

Já foi dito que o avanço tecnológico é necessário, louvável e até emancipatório, quando desenvolvido com justiça, cuidado, intenção e ampla participação democrática, mas não como estão aí, possuídas e transformadas em armas de sistemas que transformam o ser humano na acumulação de capital de poucos e suas vulnerabilidades em espetáculo.

É preciso deixar claro que algoritmo não exploram pessoas, sistemas sim. São estes sistemas que criam desejos, monetizam a emoção e normalizam o dano, enquanto o rotulam como liberdade. Foi esta liberdade falsa e criminosa que o STF atacou e o fez na função de uma verdadeira corte de justiça. Contudo, os BRICS podem ir mais além.

Por fim, é este modelo de lucro, responsável pela fábrica de idiotas nas mídias sociais que precisa ser desmantelado e destruído, visando resgatar a dignidade humana, dentro de princípios éticos, imaginação coletiva e ações políticas. O STF apenas deu o passo inicial e os BRICS podem continuar.



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