Evite Pânico na Extorsão de Tarifas em Processo Criminal

 

Fonte: You Tube

A influência de Trump na Suprema Corte Americana parece levá-lo a querer influenciar a Corte de Justiça no Brasil, usando práticas extorsivas de suas tarifas em benefício  de seu candidato, Jair Bolsonaro, envolvido em processo criminal de golpe de Estado. Em muitos países, golpe de Estado resulta em prisão perpétua ou pena de morte.

Esta interferência nefasta na democracia brasileira deve ser refutada por todos os brasileiros. Aceitá-la seria a capitulação do governo brasileiro e de seu povo, embora o Congresso Nacional bolsonarista parece ter aceitado isto como normal.

É abominável a chantagem do ex-estrategista de Trump, Steve Bannon, ao dizer na imprensa que “o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, pode anular as tarifas de 50% contra produtos brasileiros, caso seja anulado o processo judicial envolvendo Jair Bolsonaro na trama golpista”. Isto é chamado de extorsão, mas para Steve Bannon “Isto é MAGA” (Make America Great Again). “Isto é o novo mundo bravo”.

A discussão de tarifas comerciais entre países é feita em fóruns adequados e na diplomacia e não como moeda de troca e extorsão. A prioridade da sociedade brasileira neste momento é discutir a inaceitável interferência do governo americano na nossa democracia, considerando também os ataques feitos à democracia americana.

Vale mencionar que as maiores críticas à Suprema Corte americana, no momento, estão sendo feitas por um de seus membros, a juíza Ketanji Brown Jackson, a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na instituição. Com uma voz forte numa Corte conflituosa, a juiza Brown Jackson está recebendo a atenção e admiração de muitos, incluindo a grande imprensa do país.

Esta semana foi perguntada a ela, por um juiz federal, o que a mantinha acordada à noite, tendo ela respondido: “Eu diria que é o estado de nossa democracia”. Por conta disto, ela está muito interessada em fazer com que as pessoas se concentrem, invistam e prestem atenção ao que está acontecendo no seu país e no governo, disse ela, num evento da Ordem dos advogados de Indianópolis. 

Durante este evento ela falou das duras críticas às recentes decisões de emergência de seus colegas, que deram ao presidente Donald Trump amplos poderes para reformular o governo federal, deportar imigrantes para países, que não o deles, sendo alguns devastados pela guerra e encerrar a proteção de centenas de milhares de migrantes.

Isto sugere o quanto o mais novo membro da Suprema Corte está insatisfeito com os rumos de seu país. Daí ter afirmado que o estado da democracia americana a mantém acordada à noite. Imaginem o quanto vive acordado o ministro Alexandre de Moraes em carregar o peso das decisões de um golpe de Estado, enfrentar a ganancia das Bigs Techs, ameaças de morte e as feke News de criminosos.

Portanto, neste momento, o Brasil está enfrentando uma interferência ilegal em suas atividades internas por um governo autoritário hostil, que não quer que um político brasileiro, amigo de Trump, seja processado, mesmo sendo responsável por um golpe de Estado.

Pelo que se lê na imprensa americana, muitos americanos estão torcendo pelo Brasil, pedindo que sejamos fortes para não deixar que criminosos fascistas nos remova do caminho democrático. Nós, brasileiros, podemos ensinar uma lição aos americanos sobre como manter traidores responsáveis pelo que fizeram.

Mesmo que o Congresso Nacional esteja fugindo desta chantagem descarada, nós brasileiros, o governo e o Poder Judiciário deste país não podemos ficar calados, deixando que ataques desta natureza continuem nos atropelando. Neste  caso, precisamos nos unir, incluindo as forças produtivas, fazendo nossa economia crescer e nossa democracia se fortalecer.

Quanto às tarifas, não precisamos criar pânico, como está sendo mencionado por acadêmicos no Canada e Estados Unidos, que acreditam que as Cortes de Justiça vão anular todas elas. Um exemplo vem do professor Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, ao dizer que a taxação ao Brasil é descaradamente ilegal..

Segundo o Jornal Washington Post de ontem, o mercado está ignorando as crescentes ameaças tarifárias de Trump, com o mercado de ações continuando a subir, apesar da incerteza na política comercial.  Além disto, há desafios legais sobre a autoridade de emergência nacional de Trump em impor tarifas, os quais estão em análise nas cortes de justiça.

Portanto, a forma definitiva de tarifas permanece incerta, com dezenas de contestações legais tramitando nos tribunais americanos.  No final de julho, por exemplo, serão ouvidos argumentos de um caso que pode invalidar todas as tarifas impostas por Trump.

Em maio passado, a Corte de Comércio Internacional determinou que Trump excedeu sua autoridade ao impor, unilateralmente, tarifas. O governo Trump apelou da decisão da Corte, mas uma decisão final está prevista para os próximos meses. Com certeza, o caso do Brasil vai influenciar muitos juízes no julgamento de tarifas.

Por fim, a prioridade do momento é nos fortalecer contra o ataque à democracia e pedir que os traidores da Pátria sejam julgados, o mais rápido possível. Quanto às tarifas, aguardar as decisões judiciais das Cortes americanas e, sem pânico, discuti-las nos fóruns adequados.

Possíveis prejuízos já estão sendo noticiados, mas não devem durar muito. O empresariado brasileiro deve se juntar à luta em favor da democracia e contra os traidores da Pátria. Todo este desastre a eles deve ser debitado.   



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