Segurança Nacional e Forças Armadas Desmoralizadas
Fonte: Agencia Brasil - EBC
Até parece que agora Bolsonaro encontrou o
parceiro ideal, Waldemar da Costa Neto, para tentarem desmoralizar, mais uma
vez, nossas Forças Armadas e a Segurança Nacional. O uso de qualquer tecnologia (tecnologia
bancária, tecnologia em saúde, tecnologia de voto eletrônico, etc) é uma
questão de Segurança Nacional.
Enquanto órgão da Segurança Nacional, nossas
Forças Armadas, com certeza, não estariam aceitando o uso do voto eletrônico no
país, por mais de vinte anos, caso fosse verificado fraudes desta tecnologia.
Isto, por si só, nos dá a garantia de que o sistema é confiável, embora não se
possa desconhecer alguns riscos e isto pode acontecer com todas as tecnologias
acima mencionadas.
Portanto, depois que o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) proclamou os resultados do primeiro e segundo turnos das
eleições e as Forças Armadas confirmaram que não houve fraudes nas urnas, além
da confirmação de outros organismos internacionais de que as eleições foram
limpas, iniciativas golpistas devem ser repudiadas, principalmente quando
tentam menosprezar a segurança nacional e nossas Forças Armadas.
Vale lembrar ainda que as Forças Armadas,
juntamente com dezenas de outras instituições nacionais, participam da Comissão
de Transparência do Voto Eletrônico, enquanto iniciativa de controle social,
visando eliminar riscos e aumentar a transparência desta tecnologia.
Ademais, durante mais de um ano Bolsonaro vinha
dizendo que só aceitava o resultado das urnas se fosse o eleito. Como no
primeiro turno Bolsonaro e seu Partido foram os mais beneficiados com o
resultado das urnas, não se questionou o resultado neste turno, sobretudo
quando se observa uma forte relação entre este resultado com o maior esquema de
corrupção do país – orçamento secreto.
Nunca se viu registrado neste país que a delinquência
e práticas ilegais de nosso dirigente maior fosse beneficiada pela leniência dos
poderes públicos e pela falta de responsabilização, mostrando-nos que Bolsonaro
foi derrotado nas urnas, mas continua ameaçando a democracia e a segurança nacional,
menosprezando as leis e a constituição do país.
Se os argumentos do pedido de Waldemar da Costa
Neto “são absolutamente falsos”, como afirmou o Ministro Alexandre de Moraes,
sendo “totalmente possível a rastreabilidade das urnas eletrônicas de modelos
antigos”, não só a democracia, mas o Estado de Direito e a segurança nacional do
país foram ameaçados por uma coligação de partidos políticos.
Neste caso, é tímida a ação do Ministro Alexandre
de Moraes de aplicar apenas uma multa de cerca de 22,9 milhões, menosprezando a
dimensão dos crimes. Se num ato golpista,
utilizando recursos públicos, ameaçando a democracia e a segurança nacional, não
se responsabiliza seus responsáveis, o caminho está aberto para a desordem. Já
basta se ver generais e empresários deste país pregando a desobediência civil.
Pelo que se publica na imprensa o golpismo de
Bolsonaro e Waldemar se enquadra na “molecagem” e “falta de caráter”, já que foram
os mais beneficiados com o resultado das urnas no primeiro turno. Para um presidente
da República que ao longo de vários anos foi eleito pelas mesmas urnas que hoje
rejeita, não se incomoda em desrespeitar eleitores que o elegeram,
principalmente nas eleições de 2018, num descompromisso total com o regime democrático.
É bom que fique na memória da sociedade brasileira
que houve “total má-fé” no “esdrúxulo e ilícito pedido” de Waldemar, “ostensivamente
atentatório ao Estado democrático de Direito e realizado de maneira
inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e
antidemocráticos", como afirmou o Ministro Alexandre de Moraes. Assim
sendo, estas irresponsabilidades precisam de um julgamento exemplar, que
alcance os defensores da desordem e do caos.
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