Nanotecnologia, Saúde e a Reindustrialização do Brasil
Source: Forbes
A nanotecnologia já começa a ser considerada como
sendo a tecnologia do futuro e os seres humanos começam a fazer uso dela. Nos
novos projetos de reindustrialização do Brasil, é possível que nos campos da
indústria e da saúde, a nanotecnologia avance no país de forma mais intensa.
Hoje, a China é o campeão no uso de nanotecnologia,
seguida dos Estados Unidos, Índia, Iran e Coreia do Sul. Mesmo assim, o Brasil
está na lista dos 20 países que estão na linha de frente, desenvolvendo
pesquisas na área, embora nas últimas posições.
Em 2021, 42% das publicações mundiais em
nanotecnologia foram publicadas por pesquisadores chineses, seguidas pelos
Estados Unidos com 11,5% e Índia e Iran com 9,4% e 5,5%, respectivamente.
Alguns pesquisadores já mostraram que os artesãos da era medieval fizeram uso de alguma forma de nanotecnologia, criando materiais
dourados ultrafinos. Mas não se sabe ainda como eles exatamente faziam
isto.
A nanotecnologia é vista como sendo uma área
multidisciplinar das ciências e engenharia aplicadas, lidando com o manuseio e
desenho de componentes e sistemas extremamente pequenos, em níveis moleculares
e atômicos. Por conta disto, é possível miniaturizar dispositivos eletrônicos e
estruturas orgânicas a serem utilizados em vários campos, a exemplo da
engenharia e medicina, visando a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Enfim, a nanotecnologia estuda o controle da matéria
de dimensões entre 1 e 100 nanômetros, potencializando várias aplicações,
principalmente na produção de novos medicamentos para a cura das doenças
neurodegenerativas, a exemplo de Parkinson e Alzheimer.
Infelizmente, os medicamentos tradicionais nem sempre
conseguem penetrar no cérebro por conta da chamada barreira hematoencefálica,
que o protege de substâncias nocivas do sangue. É esta fronteira que a
nanotecnologia pode romper e transportar o medicamento para a cura de doenças.
Neste caso, as ciências biomédicas podem trazer várias
aplicações que podem produzir um grande impacto direto na vida dos seres
humanos, uma vez que as nanociências e a nanotecnologia vão contribuir para a
criação de produtos e serviços em benefício da prática clínica e saúde pública.
Nas cenas futuras da ciência e da vida humana, o
desempenho real da nanotecnologia é impressionante e merece redobrada atenção,
razão pela qual deve haver uma ampla publicação do que acontece neste campo de
conhecimento, sobretudo em termos daquilo que pode ajudar e melhorar os
diferentes aspectos da vida das pessoas.
Apesar dos benefícios acima mencionados, não se pode
desprezar os danos da nanotecnologia, uma vez que as nanopartículas podem
provocar sérios riscos. Neste caso, vamos lidar com materiais diferentes dos que
estamos acostumados, que podem afetar o pulmão, a pele, o aparelho digestivo,
entre outros males.
Assim sendo, a produção e comercialização de
nanomateriais vão exigir um conceito de governança que enfatize não só os
padrões de regulação ou instrumentos legais, mas um processo democrático, que
implique num entendimento das necessidades dos cidadãos e stakeholders no
regime de governança.
O governo acaba de lançar seu plano industrial, que
prevê um orçamento de R$ 300 bilhões, destinado a incentivar a inovação
tecnológica, estimular o desenvolvimento produtivo, “ampliar a competividade da
indústria brasileira, impulsionar a presença do Brasil no mercado
internacional, investir em combustíveis verdes, entre outras medidas”.
É animadora a iniciativa de se priorizar o complexo de
saúde do país, produzindo “70% das necessidades nacionais em medicamentos,
vacinas, equipamentos e dispositivos médicos e outros insumos e tecnologias em
saúde”.
Considerando a riqueza da biodiversidade brasileira e
seu potencial farmacológico nos biomas da Amazonia, do Cerrado e da Mata
Atlântica, a indústria farmacêutica está diante de um cenário rico para o
desenvolvimento de medicamentos, preservação ambiental e cura de doenças.
Neste caso,
com o avanço da nanotecnologia deve-se
aumentar a transparência de informações sobre a segurança desta tecnologia no
mercado brasileiro, onde os cidadãos e stakeholders, incluído a indústria e os
órgãos reguladores encontrem a informação accessível, segura e relevante sobre
os nanomateriais no mercado.
Diferentemente
dos dias de hoje quando os rótulos de muitos produtos vendidos escondem os danos do que se consome, a nanotecnologia
pode intensificar a relação ética do homem
com a natureza, levando-nos a avaliar os potenciais efeitos das nanopartículas –benefícios e riscos.
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