Cientistas, Eleitores e Nova Visão Educacional No Mundo em Chamas
Fonte: Senado Federal
Muitos cientistas e alguns artistas estão preocupados
com o mundo em chamas. Já mencionamos artistas dos Estados Unidos e do Brasil e
como eles tentaram interpretar a natureza, os animais e a injustiça social. No
entanto, para enfrentar um mundo em chamas, precisamos de uma nova visão da
educação e de uma transformação profunda e rápida do nosso sistema educativo,
que possa influenciar os eleitores.
Recentemente, tanto no Brasil como nos Estados Unidos,
o sistema educacional foi afetado por visões de extrema direita rumo ao
obscurantismo. Apesar das mudanças nos governos de ambos os países, o poder
legislativo prevalece, reforçando a crise climática e evitando mudanças
profundas no sistema educativo.
Infelizmente, os eleitores em muitas sociedades deram
prioridade às ideias conservadoras e de direita que reforçam as estruturas de
poder e as narrativas contra as práticas democráticas. Foi mencionado que “a
crise climática exige uma ação radical e urgente em todos os níveis das
sociedades”, mas as ideias conservadoras não estão posicionando de forma ideal
as nossas universidades para liderar esta ação e não conseguem fazê-lo.
Nosso modelo tradicional de educação baseado na
transmissão de informações e habilidades técnicas não atende às ameaças
existenciais que enfrentamos atualmente. Precisamos de um modelo que “abranja
uma nova visão que inclua não apenas a aquisição de conhecimento, mas também
empatia, pensamento crítico, criatividade e um profundo sentido de
responsabilidade” para defender o nosso planeta, os direitos humanos e a
justiça social.
Em suma, a nossa vida acadêmica moderna e as suas
práticas científicas não estão conseguindo
proporcionar melhores condições às suas comunidades e responder à crise
climática, em parte devido a uma perda de liberdade acadêmica, “impedida pela
corporatização e pela burocracia” que exige um apelo à ação da comunidade
científica global.
Apesar da recente mudança de governo no Brasil, os
eleitores elegeram os legisladores mais conservadores no Congresso Nacional,
reforçando as visões e narrativas da direita do chamado bolsonarismo,
responsável por um golpe de estado em 8 de janeiro de 2023, mais perigoso do
que a insurreição pró-Trump em 6 de janeiro, em Washington.
Em 8 de janeiro de 2023, apoiadores do ex-presidente
Jair Bolsonaro invadiram o palácio presidencial, o Congresso e o Supremo
Tribunal Federal na capital, Brasília, exigindo um golpe para restabelecê-lo no
poder. Os seus apoiantes de extrema direita recusaram-se a aceitar a sua
derrota eleitoral.
Mas um segundo golpe foi bem planejado por
legisladores de direita e ruralistas no Congresso Nacional em 09 de setembro de
2023, mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal concluiu que o marco temporal
é inconstitucional para a demarcação de terras indígenas. Esta foi uma
importante vitória do Supremo Tribunal Federal (STF) na luta pelos direitos dos
Povos Indígenas no Brasil.
Apesar do histórico de grilagem de terras no Brasil e
da votação final do Supremo Tribunal Federal sobre a inconstitucionalidade do
golpe do marco temporal, o Senado brasileiro avançou na violação dos direitos
indígenas e aprovou o chamado Projeto de Lei do Genocídio, que reformula a tradição
da ocupação da terra, os direitos originários e o uso de territórios pelos
Povos Indígenas.
Em muitos outros países, especialmente no mundo
desenvolvido, a elite política é capturada pelas grandes corporações e contra
as necessidades da população. Enquanto na COP28 a comunidade científica foi negligenciada pelas corporações, o Congresso Nacional Brasileiro, de direita,
foi contra a população e os povos indígenas para atender aos interesses das
grandes corporações.
Nos últimos dias observou-se que políticos europeus
hipócritas enfraquecem as políticas climáticas em meio a protestos de
agricultores de Paris a Berlim, após semanas de manifestações com tratores que
varreram algumas cidades da Europa Ocidental, aplaudidas por políticos de
extrema direita.
Estes protestos são o último episódio de uma crescente
reação política que está afetando o acordo
europeu ou New Deal. As eleições europeias se aproximam e a extrema direita
está em ascensão em vários Estados-membros. Menciona-se que nestes protestos se
espalha uma espécie de populismo agrário em muitos países e ideologias de
grupos extremistas de direita, enfatizando o negacionismo e teorias da
conspiração.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, parece estar
preocupado com o seu futuro político, a força da extrema direita e os protestos
dos agricultores o levaram a ser contra o acordo do Mercosul. Parece que o
melhor a se fazer agora é deixar os setores do agro e agrário fora do acordo,
devido às suas ideologias e ideias retrógradas.
Finalmente, neste mundo em chamas, não se deve relegar políticas ambientais de abordagens científicas e adotar ideias retrógradas baseadas em negacionismo, fantasias e teorias da conspiração. Neste momento, uma nova visão educacional é de fundamental importância para o desenvolvimento sustentável.
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