Papel da Música e Artes no Combate da Injustiça Social
Fonte: Pop Fantasma
Diante do cenário político caótico do país, temos que
pensar em formas criativas de combate da
injustiça social, incluindo o papel integral da música e artes, considerando
que as batidas da música popular têm, historicamente, contribuído para unir as
pessoas e ameaçar o status quo, sendo a performance musical usada como
forma de promover preocupações e encorajar o ativismo.
Estamos vendo a violência tomar conta de nosso país em
todos os sentidos, a criminalidade aumentando de forma assustadora, atingindo
principalmente as mulheres e os mais pobres, a população indígena ameaçada,
roubo de armas dos quartéis e domínio das milícias. Por fim, o aumento da
pobreza, do analfabetismo e outras questões sociais e de saúde parecem não
existirem no Parlamento brasileiro.
Diante desta crise, o nosso Parlamento
ultraconservador demonstra querer piorar a situação, com ameaças de mudanças de
nossa Constituição para atender interesses que não são da população. Com a
derrota do golpe do chamado Marco Temporal, o Parlamento usa do pretexto que o
Supremo Tribunal Federal – STF está interferindo na harmonia dos poderes da
República.
Ora, o STF simplesmente cumpriu com a Constituição,
derrotando o Marco Temporal e não interferindo nos demais poderes. Se existem
erros dos Ministros do STF, a lei seja usada para levá-los a responsabilização
do que estão fazendo errados. Similarmente, se nossos parlamentares não estão
corretos no que estão fazendo, incluindo uma súbita mudança constitucional, que
eles sejam também levados a responsabilização.
A falta de responsabilização da elite política,
defensora de orçamento secreto e lobismos perversos, mas inútil na defesa da
democracia e ao atendimento das necessidades de seus eleitores faz parte da
história deste país. É neste desespero que temos que recorrer aos instrumentos
musicais para combater tantas injustiças sociais.
A história deste país e do mundo nos mostra o papel
integral que a música tem desempenhado nos principais movimentos de justiça
social. Temos que relembrar como as batidas da música popular tem ameaçado o status
quo. No caso do Brasil, são vários
os artistas que influenciaram e participaram do combate de injustiças sociais.
De Bezerra da Silva a Chico Cesar, entre outros, temos
uma amostra do que estes dois artistas fizeram para combater injustiças sociais.
Nos vídeos abaixo, Bezerra da Silva traz o seu enfoque crítico sobre a justiça social e Chico Cesar nos mostra os danos do agronegócio, enquanto instituição
insustentável e tóxica.
Nos Estados Unidos, os movimentos de justiça social a
partir dos Direitos Civis, Movimentos Antiguerra e Movimentos das Mulheres nos
anos de 1960 até os movimentos de Black Power e Red Power, nos anos de 1970. Não
podemos esquecer, também, da Força Musical contra o Apartheid, que nos mostra
como uma comunidade internacional de músicos ajudou trazer um fim ao Apartheid
na África do Sul. A caminhada termina com os movimentos contemporâneos dos
chamados “MeToo” e “BlackLivesMatter”.
Não podemos esquecer, ainda, nos Estados Unidos o exemplo
clássico da música de protesto do cantor Bob Dylan, denominada de “Blowin’ in
the Wind”, considerada como o hino antiguerra e de direitos civis. Enfim,
muitas das músicas de Bob Dylan chamaram a atenção do mundo, por suas críticas
ao status quo.
Em textos anteriores mostramos a importância da música
e dos artistas no combate das mudanças climáticas, mas a dimensão das
injustiças sociais no Brasil e no mundo, sobretudo quando estamos vendo a
classe política votar contra políticas públicas e justiça social, nos leva a
defender meios de se fortalecer o poder da música e dos artistas em defesa de
tantas injustiças sociais.
Além disto, as mudanças climáticas levarão o mundo a
uma das maiores injustiças sociais a ser registrada, até nas pedras, e ser
vista daqui a milhares de anos. A mudança cultural exigida no momento clama por
ações rápidas e efetivas, sobretudo contra aqueles que defendem ações perversas
e insustentáveis.
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