Estratégias da Música e das Artes na Sanha do Marco Temporal
Fonte: YouTube
Chegou o momento de se desenvolver estratégias no
campo da música e das artes no mundo inteiro, visando disseminar os males de
ações políticas favoráveis aos lobistas e às mudanças climáticas de um mundo em chamas, a exemplo do que aconteceu com a votação do marco temporal no Congresso
Nacional do Brasil.
O poder da música e das artes é reconhecido e deve ser
usado no combate da sanha do marco temporal e outras ações perversas e
insustentáveis defendidas por grandes corporações e latifundiários, destinadas
a acelerar mudanças climáticas e a maior crise deste século.
Apesar do esforço de muitos artistas, o que se percebe
é a falta de definição de estratégias de mobilização deles, destinadas a
fortalecer um poder para o enfrentamento de ações em defesa de políticas
públicas em benefício da sociedade.
Tanto os artistas quanto os psicólogos da música têm
se preocupado com o poder e habilidades da música em influenciar nossas
emoções, humor ou estado de espírito, pensamentos, bem-estar, identidade e
nosso comportamento para com outros. Filósofos antigos já disseram que a música
pode nos levar a ser pessoas melhores.
O maior problema deste século é a crise das mudanças
climáticas, mas, infelizmente, as pessoas vêm frequentemente falhando em agir
para enfrentar os problemas ambientais. No campo da psicologia ambiental,
várias teorias podem nos ajudar a mostrar porque estamos agindo tão
vagarosamente em relação às questões ambientais.
Consequentemente, as sugestões são de que os artistas
e a música podem desempenhar um importante papel na influência de crenças e
comportamentos ambientais. Alguns países estão caminhando nesta direção, em
ações que vem dos próprios artistas, de empresas e do poder público.
Percebeu-se recentemente a participação de artistas
favoráveis à “Demarcação Já", que poderia ter sido maior, caso houvesse uma
estratégia definida pelos vários setores da sociedade, incluindo o poder
público, no financiamento de determinadas ações, principalmente em defesa da
democracia.
Percebe-se, também, que o lobismo do agronegócio, o
apoio ao mundo em chamas, os ataques à democracia, a defesa do golpe do marco temporal
e o 8 de janeiro foram movimentos inseparáveis, merecendo a mobilização dos que
são favoráveis à democracia, à sustentabilidade e à justiça social, princípios
defendidos recentemente pela maior Corte de Justiça do país – STF.
A forma como o fogo se intensificou durante quatro
anos na Amazonia e o que aconteceu na COP26 foram exemplos que demonstraram
claramente como os interesses econômicos estão acima dos interesses da
humanidade.
Considerando que os artistas têm uma clara consciência
e percepção do que está acontecendo, o que se precisa fazer no momento é
intensificar o poder deles para que algumas transformações na nossa sociedade
aconteçam através do trabalho musical. Torna-se urgente criar uma cultura de
apoio aos nossos artistas para falarem alto sobre questões climáticas, ao invés
de buscarem competir com suas bandas umas contra as outras.
A subsequente mudança do ambientalismo para a música popular coincidiu com um aumento sem precedentes nas emissões de carbono. Apesar do chamado hino de protesto de alguns artistas, a exemplo da música de Michael Jackson (vídeo abaixo), parecia que a própria cultura da época desviava os olhos.
Contudo, nos últimos anos, à medida que a crise climática atinge o seu ponto de ruptura, artistas de todoo mundo estão retornando à Terra para perguntar o que ainda pode ser aprendido e o que ainda pode sersalvo. Não podemos deixar de mencionar a participação de inúmeros artistas brasileiros, que vem cantando os animais e a natureza.
Com a demonstração da sanha do marco temporal, através
do violento ataque à sustentabilidade e as populações indígenas e quilombolas,
os artistas deste país já estão lutando, junto de todos nós, com a dor e a
raiva que advêm de viver em um planeta que caminha rumo ao desastre ambiental.
Espera-se que o poder público comece a financiar eventos musicais de agora até a COP2/30, mostrando a força de nossos artistas nas questões ambientais, num país carente de mudanças culturais necessárias ao enfrentamento desta crise climática.
As más notícias continuam a piorar e chegando mais
rápido do que se pode imaginar e assimilar: tempestades de gelo onde não se
esperava, degelo de geleiras, espécies em extinção, incêndios florestais cada
vez mais perigosos, além da mortalidade humana. O desastre ambiental está se
tornando assombroso para todos nós.
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