Congresso Nacional na Contramão da Sustentabilidade
Fonte: Governo Federal
Na última eleição, os brasileiros elegeram a
maior bancada de parlamentares ultraconservadores e de extrema direita, da
história do país, contrários a uma agenda de políticas públicas orientada para a sustentabilidade,
justiça social e manutenção da democracia.
Isto foi possível por conta da vergonhosa
compra de votos e a maior gastança de recursos públicos na história do país.
Muitos dos eleitos foram os responsáveis por imoralidades como o orçamento
secreto e apoio ao governo Bolsonaro e às políticas voltadas para a devastação
do maior jardim da natureza, quando o céu de fumaça tomou conta da região Amazônica,
em ações ambientais que assombraram o mundo.
A revolta nacional e, principalmente,
internacional ao discurso agressivo do governo foi intensa. A consciência mundial de consumo sustentável e
a fama de que o Brasil estava adotando políticas ambientais predatórias
surgiram imediatamente, de todos os lados, principalmente nos países
desenvolvidos, que poderiam e ainda podem atingir em cheio a economia
brasileira, com consequências desastrosas, prejuízos incalculáveis e o
desemprego em massa.
Até parece
que as práticas avançadas de Responsabilidade Social Corporativa e de
Sustentabilidade Social eram vistas no discurso ideológico do governo passado,
como práticas comunistas. Recente relatório da ONG Amazon Watch denunciou
práticas destrutivas de várias multinacionais na Amazônia, entre elas a JBS,
Bunge, Cargill e o banco Santander.
É possível
que estas empresas apresentem comprometimentos com a sustentabilidade e
governança em seus relatórios. Contudo, é preciso esclarecer que muitas destas
empresas apresentam um conceito de sustentabilidade muito estreito, chamado de
sustentabilidade fraca e que se limita a manter a continuação de suas
atividades como sempre.
Os próprios
nativos da região reclamam das
atividades destas empresas, ou seja, as atividades do agronegócio são
incompatíveis com as atividades dos nativos. Isto demonstra a falta de um plano
de desenvolvimento sustentável na região.
Enquanto a
maior Corte de Justiça do país, Supremo Tribunal Federal, deu um exemplo ao
mundo da maior ação na área de sustentabilidade, neste século, o Congresso Nacional
deu um exemplo ao mundo do quanto suas práticas insustentáveis vão prejudicar
não só a sociedade brasileira, mas o mundo inteiro.
Vale mencionar
que um plano de desenvolvimento sustentável no país não encontra respaldo no
pensamento ideológico da maioria dos que foram eleitos para o Congresso Nacional,
uma vez que o discurso de sustentabilidade jamais será aceito.
O que se
percebe no momento é que o discurso do Congresso Nacional não se limita apenas
às questões ambientais, mas como já foi dito, à questões ideológicas falsas e
infundadas, que tentam camuflar o repúdio às práticas democráticas,
institucionalizadas no país a duras penas.
A moderna
administração está cada vez mais dando atenção a forma como as empresas possam
alinhar a sustentabilidade social com a competitividade e as pesquisas em
Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade insistem de forma
consistente que as empresas precisam mudar sua cultura corporativa para
habilitar um enfoque integrado contemplando questões econômicas e sociais.
A
sustentabilidade social implica em avançar em práticas democráticas,
participação, inovações sociais, igualdade objetiva e subjetiva de
oportunidades, diversidade cultural, solidariedade e tolerância e não
intolerância e obscurantismo. O Congresso Nacional demonstrou estar distante
disto.
O lobby do
agronegócio neste país deveria estar mostrando para o mundo suas práticas de responsabilidade e
sustentabilidade social e sua defesa não só da soberania nacional, mas a defesa
e soberania da Mãe Terra e não favorável à devastação da natureza, premiando a
ignorância e o obscurantismo, em detrimento do desenvolvimento e da criação do
conhecimento.
O cuidado
da natureza é um cuidado social e deve fazer parte da sustentabilidade social.
Infelizmente isto contraria o pensamento dominante de nossos congressistas.
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