Compensação de Mortes, Sobreviventes e Vítimas de Danos Vacinais
Fonte: Fotos Públicas - Agencia Senado
Não fossem a negligência e omissão do Governo
brasileiro e de seus responsáveis máximos, como o Presidente Bolsonaro e o
General Pazuello, milhares de vidas teriam sido salvas durante a Pandemia,
principalmente no primeiro semestre deste ano.
Esta é a conclusão a que chega o Ministério
Público Federal (MPF) numa das ações judiciais mais louváveis da história do Brasil,
ao pedir que a União seja condenada a reparar familiares que perderam seus
entes queridos ou estão envolvidas com as sequelas de sobreviventes da
Covid-19. As indenizações são mínimas, considerando que o custo da morte é um fardo doloroso a ser
carregado por familiares durante a vida. O mais importante é que tanto a CPI da
Covid-19 quanto o MPF mostram ao mundo a irresponsabilidade do Governo
Bolsonaro.
A Alemanha começou os pagamentos de reparação
pelos crimes do Holocausto nos anos de 1950 e ainda hoje continua com estes
pagamentos, considerando que quase meio milhão de judeus que sobreviveram o
Nazismo ainda estão vivos. Para muitos, que inicialmente rejeitaram o pagamento
por acharem que era mínimo, depois aceitaram como forma de pagamento mínimo de
horas trabalhadas como escravos e de propriedades que lhes foram roubadas pelos
nazistas.
Mas as reparações na Alemanha foram além do
dinheiro, uma vez que incluía um compromisso continuado de dizer a verdade,
proibindo a existência do partido nazista. Quem visitou a Alemanha nos últimos
70 anos, não viu só os museus ou o Holocausto. O país tem mais de 75 mil
pontos, mostrando as atrocidades de seus demônios e a confrontação com o
horror. Nos Estados Unidos, aonde muitos
adoram seus mitos, vimos o “Make America Great Again” quase levar o país a uma
desgraça.
No Brasil, a CPI da Covid-19 deu um passo nesta
direção, mas é preciso descobrir profundamente a irresponsabilidade do Estado,
seus dirigentes, políticos e empresários que apoiaram o negacionismo em relação
ao enfrentamento da Pandemia, que resultou em elevado número de mortos. Já
basta a lei da Anistia, quando se deixou de apurar vários crimes.
Esta negligência e irresponsabilidade do Estado
não poderá continuar assim, pois vem se perpetuando desde a escravidão. A
extrema direita e as elites dominantes continuam criando aqui e em outros
países subterfúgios para praticar golpes, a exemplo de “ameaças comunistas” e
“corrupção”. Corrupção se combate com a despolitização da justiça e as leis do
país. Sempre que se fala em justiça social, fala-se em ameaça comunista, a
exemplo do que acontece com o Presidente Biden nos Estados Unidos, visto como
comunista pela extrema direita, por ter socorrido os trabalhadores durante a Pandemia.
A ação judicial do Ministério Público Federal
(MPF) não deve se limitar apenas à compensação por mortes e para sobreviventes
da Pandemia. Deve se estender para um número mínimo de pessoas que, por
infelicidade foram acometidos de doenças graves, resultante das vacinas, como
miocardites, síndrome de Guillain-Barré e outras.
Neste país a alegria é dominante entre as elites,
quando se divulgam os lucros exorbitantes dos bilionários durante a Pandemia,
mas se silencia quando se fala nas mortes da Pandemia, assim como quando se
fala do racismo e mortalidade dos negros, que já foram vendidos e roubados e
hoje são torturados, mortos e estuprados. Diante de tantas injustiças e
desigualdades nunca se discutiu uma reparação para os negros, descendentes de
escravos.
Vale a pena lembrar a ação do General Americano,
William T. Sherman que, em 1865, logo após a Guerra Civil e liberação dos
escravos, aceitou proposta dos negros em distribuir “40 acres de
terra e uma mula” para cada um dos escravos libertados, em
forma de reparação. Era evidente que, depois de mais de 200 anos de servidão e
trabalho não pago, milhares de pessoas não tinham como sobreviver
economicamente. Infelizmente a reparação durou pouco tempo, diante da traição.
O então presidente Andrew Johnson, ex-dono de escravos e defensor da supremacia
branca, cancelou a distribuição de terras, retornando-as para os
ex-proprietários de escravos e traidores que as possuíam antes.
Agora, quase 150 anos depois, o Congresso
Americano desarquiva projeto de lei apresentado há 30 anos e começa a discutir
a reparação aos descendentes de escravos. Como já foi dito, o importante no
momento não é definir valores a serem pagos, mas tentar compreender como as
maldades da escravidão influenciaram tanto as práticas racistas no país, as
desigualdades e injustiças sociais.
No Brasil, o Congresso Nacional que na sua maioria apoia o atual governo deve começar também a refletir sobre as desigualdades e injustiças sociais. Não é aprovando leis em benefício próprio, como o recente fundo de financiamento de campanhas eleitorais, que se vai resolver estes problemas. Espera-se que seja aprovado, o mais rápido possível e na mesma velocidade que aprovaram seus próprios benefícios, um Programa de Compensação para as vítimas da Covid-19, diante de tanta irresponsabilidade do governo, como já foi registrado.
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