Precisamos de Vocês na Rebelião dos Cientistas: Terror e Medo
Fonte: ONU
O terror e
medo registrados em todo o mundo, causados pelas mudanças climáticas, levaram mais
de mil cientistas lançarem uma Carta Aberta, denominada de “Precisamos de
Vocês”, publicada pelo grupo ativista Rebelião dos Cientistas, na abertura da
COP28.
Desenganados
por ações governamentais e por uma classe política capturada e financiada pelas
grandes corporações dos combustíveis fósseis, 1.447 cientistas e acadêmicos
assinaram uma carta aberta ao público e aos cidadãos comuns, pedindo que ações
coletivas sejam tomadas para evitar o colapso climático.
Isto se deu
enquanto diplomatas se reuniam em Dubai para a COP28, num ano em que se
registra os dias mais quentes do planeta e as emissões de carbono continuam
crescendo, incentivadas por ações governamentais favoráveis aos combustíveis
fósseis, a exemplo dos grandes produtores, incluindo o Brasil.
Estamos
falando de cientistas que vem acompanhando as mudanças climáticas no mundo,
incluindo membros do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) que
participaram do sexto relatório desta instituição, apresentado em março
passado, que chegou à conclusão de que estava emitindo uma sombria advertência
final à civilização humana – o planeta terra está à beira de um dano irrevogável.
Para os
cientistas, nenhum país está desenvolvendo ações para se manter na linha de um
aumento de apenas 1.5C de temperatura. Os cortes na emissão de carbono são tão
pobres e inadequados, que brevemente podemos chegar a um aumento de temperatura
de 3C. Continuando neste ritmo, o sofrimento humano é indescritível e muito de
nós morreremos.
Neste caso,
muitas partes do planeta vão se tornar inabitáveis, surgindo centenas de
milhões de refugiados, fome demasiada e severos conflitos políticos. A
devastação na região sul do Brasil, há poucos meses, nos deu uma ideia do
sofrimento e perda de vida no país, causados por mudanças climáticas.
Frustrados e
se sentido impotentes com a falta de compromissos dos governantes, os
cientistas acham que não devemos nos render a este futuro, uma vez que existem
soluções disponíveis, cuja implementação depende de uma ampla mobilização da
sociedade para superar interesses escusos que ganham do status quo.
Onde quer que
você esteja, torne-se um defensor ou ativista, apelam os cientistas. Junte-se a
outros grupos ou forme um grupo que deseje um futuro melhor. Entre em contato
com grupos que estão na defesa de políticas ambientais. As mudanças climáticas
vão depender do que queremos e não dos que estão defendendo grandes
corporações.
Com as
experiencias no Brasil, nos últimos anos, este apelo dos cientistas vai ter o
apoio de apenas uma parte de uma sociedade dividida. A Covid-19 nos mostrou o
negativismo existente no país, quando a comunidade cientifica do Brasil e do
mundo foi negligenciada e desrespeitada. Apesar do elevado número de mortes e o
grande prejuízo social, nada mudou.
Depois disto, os eleitores deram um exemplo do tipo de político conservador que desejam, defensor
do status quo e do empobrecimento
da sociedade. Os políticos que temos já tentaram o golpe do marco temporal e,
recentemente, aprovaram o projeto de lei do veneno. Além disto, afrontaram o
Supremo Tribunal Federal (STF), único poder enfrentando as mudanças climáticas.
As recentes
discussões na COP28 vão determinar o que vai prevalecer nas decisões sobre o
clima – a ciência ou a ganância de lucros das grandes corporações. A discussão
entre eliminar ou reduzir os combustíveis fósseis não tem sentido. Como bem
disse o Ministro do Clima da Dinamarca, Dan Jorgensen: Não podemos negociar com
a natureza. O clima não tem compromissos.
Assim sendo,
a natureza e o clima estão esperando nossas ações e a oportunidade é esta de
nos manter vivos com uma temperatura de 1.5C. Não se chega a isto com aumento
de temperatura para 3C. Mais de 650
cientistas fizeram um pedido ao Presidente Joe Biden sobre a eliminação rápida
dos combustíveis fósseis e mais financiamento para as nações pobres, que até o
momento só receberam a promessa do dinheiro da pinga.
Por fim, espera-se
que o terror e medo sejam atenuados nesta COP28, que se encerra no início da
próxima semana e se evite a desmoralização da ciência e do discurso de
sustentabilidade. Do contrário, podemos ainda ter um levante da sociedade, a
pedido dos cientistas na Carta Aberta “Precisamos de Vocês”.
Neste caso,
como já foi dito, as demais COPs, incluindo a COP30, a ser realizada no Brasil,
não passarão de mais uma “vitrine verde”, sem sentido.
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