Orçamento Secreto e Política do Mal nas Eleições
Fonte: WorldPress
A fraude do chamado orçamento secreto no Brasil é um
dos maiores escândalos de políticas do mal de que se tem conhecimento no mundo,
por conta do derrame de bilhões de reais com propósitos e efeitos nas eleições,
beneficiando a eleição ou reeleição dos que estão no poder.
Esta imoralidade e promiscuidade reforça a violência política e descriminação contra novos candidatos, principalmente as mulheres, que não se beneficiam de recursos de campanha. A corrupção sempre esteve presente em vários Parlamentos do mundo, a exemplo do que acontece no Reino Unido e no Parlamento Europeu, mas o modelo de orçamento secreto no Brasil é demasiadamente descarado.
Há
cerca de dois anos atrás, a polícia da Bélgica fez diversas buscas nos
escritórios do Parlamento Europeu para desvendar um esquema de suborno e
corrupção, quando líderes europeus alertaram sobre a credibilidade do bloco, em
risco.
Como
parte da investigação foi observado que um país do Golfo estava comprando influência
com muito dinheiro e presentes, levando a Transparência Internacional a afirmar
que se tratava de um escândalo de suborno e corrupção de proporções épicas, que
demandava reformas profundas da integridade dos sistemas e da ética das
instituições da Comunidade Europeia.
Por
outro lado, no capitalismo de compadrio, na Casa dos Lordes, na Grã-Bretanha,
foi possível o acesso político durante a emergência da Pandemia, que permitiu
extrair um grande volume de recursos públicos destinados a privilegiar alguns
indivíduos.
Segundo
informações da época, o atual Primeiro-Ministro do Reino Unido, Keir Starmer,
sugeriu abolir a Casa dos Lordes e substitui-la por uma nova Câmara eleita,
como parte de planos de se restaurar a confiança na política. Como foi dito, a
corrupção moral no coração do Parlamento Britânico é um sintoma mórbido da
democracia liberal.
O
orçamento secreto é um modelo oficializado de corrupção no Congresso Nacional,
já proibido pelo Supremo Tribunal Federal, por ser inconstitucional. Voltado
para o suborno, a Polícia Federal deveria estar fazendo buscas nos gabinetes de
parlamentares.
Mesmo
assim, a falta de transparência no uso de recursos públicos não vem sendo
desvendada, uma vez que é vista por parlamentares como sendo uma interferência de um poder sobre o outro. Neste
caso, o Poder Judiciário é desmoralizado, como o foi no caso do golpe do marco
temporal, que visa oficializar o roubo de terras dos povos originários. A
sociedade brasileira deve reagir energicamente sobre o debate do marco
temporal, que já levou o próprio STF a um vergonhoso retrocesso.
Se,
de um lado, o STF considera o orçamento secreto inconstitucional, de outro
parece aceitá-lo. Ao invés de proibir emendas parlamentares, o Ministro Flávio
Dino, do STF, determinou a semana passada que a Controladoria Geral da União
(CGU) faça, em até 90 dias, uma auditoria em todos os repasses de emendas
parlamentares, entre 2020 e 2024.
Considerando
que numa democracia o poder legislativo legisla e o executivo é o responsável
pela gestão e execução de políticas públicas, é difícil explicar a existência
destas emendas parlamentares, envolvendo bilhões de reais. Elas existem para
facilitar a reeleição de deputados e senadores. Pela lei eleitoral isto parece
ilegal, uma vez que privilegia os candidatos no poder, em detrimento dos que
não estão no poder.
Usando
recursos públicos, com emendas, os parlamentares podem subornar candidatos na
sua base eleitoral. Isto é ilegal e injusto, uma vez que os usuários de emendas
têm mais chances de serem reeleitos. Por conta disto, os parlamentares
consideram os eleitores como lixo e não estão interessados em atender as
necessidades deles, pois sua relação é com cabos eleitorais de suas bases.
O
eleitor que votar num candidato beneficiado com o orçamento secreto é cumplice
da política do mal e favorece à violência política e corrupção eleitoral. Nossa
lei eleitoral não deveria permitir este tipo de candidato e de violência
política, principalmente contra as mulheres e negros no país.
Esta
violência política fortalece outros tipos de violências, principalmente contra
as mulheres. Aliás, a violência no campo e a violência contra as mulheres são
duas guerras duradouras existentes no país, resultando em centenas de mortes. As
maldades, perversidades e promiscuidades estão por trás destas guerras, que
merecem ter um nome.
Se
as maldades, perversidades e promiscuidade levaram a antiga Babilônia ser
chamada de prostituta, as guerras da violência contra as mulheres e a violência
e morte de centenas de indígenas e pequenos agricultores precisam também ter
seu nome apropriado na história da violência no Brasil.
Por
fim, só os eleitores poderão dar um basta ao orçamento secreto e ao golpe do
marco temporal, começando com suas escolhas nas próximas eleições municipais,
analisando a relação de seus candidatos com os beneficiados do orçamento
secreto. A decisão é sua!
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