Bolsonaristas na Onda Terrorista de Ataques à República
Fonte: Agencia Brasil
Não foi surpresa para ninguém o que aconteceu
em Brasília neste final de semana, depois de quatro anos de ameaças de
Bolsonaro e seus seguidores à democracia brasileira, mas as cenas terroristas de
violência e destruição foram profundamente chocantes, ao se ver selvagens
enrolados na bandeira brasileira e vestidos com camisas da seleção brasileira
autoproclamando-se, de forma repugnante, que são os verdadeiros patriotas
brasileiros.
O vandalismo em edifícios do Congresso, Palácio
do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, que são símbolos sagrados da
identidade brasileira e de orgulho dos brasileiros, feriu a alma da maioria do
povo brasileiro, exceto a de bolsonaristas que esperavam por este dia. Vimos,
ainda, os ataques sangrentos a jornalistas e a um ou outro militar, que lutava
em vão para manter a paz. Nas cenas de terror da classe média e das elites, nenhuma
preocupação com as desigualdades sociais que atingem a maioria da sociedade.
Onde estavam as centenas de militares da Guarda
Nacional do Palácio do Planalto? Onde estava a cúpula do Polícia Militar do
Distrito Federal? Enfim, está se tornando evidente a cumplicidade das forças
armadas e outras autoridades públicas no ataque terrorista registrado em
Brasília.
As justificativas para estas insurreições no
Brasil e Estados Unidos são as mesmas. Tanto Trump, nos Estados Unidos, como o
mini-Trump dos trópicos, não aceitaram ser derrotados nas urnas. A diferença
entre os golpes antidemocráticos dos dois é que Trump encaminhou seus
seguidores para o Capitólio e permaneceu na Casa Branca, assistindo tudo pela
televisão, depois de pedir a todos eles que lutassem como se estivessem no
inferno. Bolsonaro, num gesto covarde, deixa o país dois dias antes de terminar
seu governo e busca esconderijo na Flórida, onde foi fotografado há poucos dias
comendo galeto assado no Kentucky Fried Chicken.
No Brasil, o ataque terrorista foi tão covarde
que não se registrou uma só morte. Em qualquer país do mundo um ataque da dimensão
e destruição do que aconteceu neste final de semana teria deixado um saldo de
dezenas de mortes. Na insurreição dos Estados Unidos, numa dimensão menor do
que no Brasil, cinco mortes foram registradas, além das dezenas de feridos.
Assim sendo, tanto nos Estados Unidos como no
Brasil foram registrados dois casos de selvageria inspirados por dois líderes
cínicos e inescrupulosos, inflamando seus apoiadores a não unir a nação, mas
dividi-la, respeitando normas democráticas apenas quando os resultados das
eleições seguiam seus caminhos.
Conforme foi comentado ontem no jornal inglês,
The Guardian, não tinha como não se prever que o golpe de Bolsonaro no Brasil
seria similar ao de Trump, diante da ligação entre os dois líderes políticos. Estes
dois eventos ameaçadores aconteceram nas duas maiores democracias do Hemisfério
Ocidental, num momento em que o fascismo invadiu muitos países durante as duas
últimas décadas e pode ser um prenúncio do que pode acontecer.
Espera-se que doravante Bolsonaro comece a
perder espaço no Brasil, da mesma forma que está acontecendo com Trump, nos
Estados Unidos. É possível que doravante o discurso de Família, Deus e Pátria
da extrema direita comece a perder espaço entre bolsonaristas fanáticos e
muitos busquem um espaço mais apropriado na direita democrática do nosso país.
Conforme comentou o The Guardian, o Brasil é o segundo maior consumidor das
ideias perversas nazi-fascistas da extrema direita, diante da ligação entre as
famílias Trump-Bolsonaro.
No momento, a verdade é que o capital político
de Bolsonaro foi reduzido. Quando ele fugiu do país, seu vice-presidente, o general
Mourão, disse que a alternância de poder é saudável e deve ser preservada,
sendo favorável a um projeto de união no país. Ao que parece, até as forças
armadas, hoje privilegiadas, desejam uma transição calma de poder, livrando os
militares de muitas responsabilidades.
Pelo menos o que já se observa é que as
chamadas ‘incubadoras terroristas’ ou ‘acampamentos pro-golpe’ ao redor dos
quartéis das forças armadas foram desmontados no país. O desejo da sociedade
brasileira é que a lei seja usada rigorosamente para punir os criminosos e
terroristas desta terrível tragédia, que continua abalando a mente de todos os
que pensam democraticamente.
Para Bolsonaro, ele não apoiou os terroristas,
mas não pediu que fossem para casa, preferindo que cada um interpretasse seu
silencio. Assim sendo, os terroristas esperaram por mais de dois meses por um
milagre. Quando nada aconteceu, eles tentaram usar a força e a violência para atacar
o governo. Por fim, a República foi atacada e o corpo e a alma dos brasileiros
não suportam mais, se a justiça não for feita de forma rigorosa.
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