Democracia, Legisladores e as Necessidades do Povo

 

Fonte: Senado Federal                    

Na posse do Presidente Lula tanto ele quanto o Presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, discursaram em defesa da democracia e de combate às desigualdades sociais, mas a questão que se coloca é a seguinte: será que os parlamentares eleitos estão avaliando as necessidades não atendidas dos que o elegeram e comprometidos com prioridades urgentes para atenuar as desigualdades sociais?

Em termos de democracia, o Brasil passou quatro anos enfrentando fake news, más notícias, teorias da conspiração, além do sofrimento humano durante a pandemia e toda sorte de ameaças a nossa democracia. Felizmente, no final de 2022, foi possível acender a tocha da democracia numa sociedade devastada pelo ódio, empobrecimento e fome.

Neste cenário, o povo brasileiro fez uma opção histórica, fazendo com que o final de 2022 trouxesse, surpreendentemente, momentos de esperanças, sobretudo quando se percebe que os dois maiores países das Américas (Brasil e Estados Unidos) poderão ser exemplos para o mundo na defesa da democracia. 

Podemos construir boas notícias em 2023 e fazer com que nossa democracia continue rolando nos anos seguintes? Tudo vai depender de ações governamentais inovadoras e muito trabalho criativo de nossos legisladores sabendo-se que, muito breve, Brasília se tornará muitos mais um campo de batalha das forças políticas, além de se ter de enfrentar forças globais lutando contra os avanços democráticos, na tentativa de recuperar perdas.

Além disto, teremos um Congresso recheado pela extrema direita, muitos deles eleitos com o orçamento secreto, prática criminosa que deve ser revista para levar à cassação de todos seus beneficiários. Isto é uma péssima página que carrega o cheiro da complacência. Assim sendo, podemos dizer que o resultado disto são as injustiças a serem confrontadas e muito sofrimento humano a ser aliviado. O governo Bolsonaro, juntamente com os bolsonaristas, nos levaram a sofrer de um vício desenfreado em direção às ruinas de um capitalismo selvagem.

Defender a democracia significa defender o bem comum de todos. Em geral, a direita não tem interesse no bem comum, mas na ganância, poder e dinheiro. Num sistema capitalista selvagem, defender matar a fome do povo e combater as desigualdades sociais, como fizeram o Presidente Lula e o senador Rodrigo Pacheco durante a posse, desagrada ao mercado e a extrema direita. Não é à toa, que no dia seguinte à posse, a bolsa caiu e o dólar subiu. Enquanto a democracia defende um sistema capitalista responsável, a extrema direita defende o capitalismo selvagem, que vai além da ganância – avareza.

Neste caso, o mercado avarento e selvagem não está interessado nos sinais de avanços da democracia, na melhoria das questões ambientais, que poucas horas depois da posse do novo governo, países como Alemanha e Noruega já sinalizaram a volta de investimentos no país e na inserção do Brasil no cenário internacional, saindo da classificação de pária. Além disto e mais importante foram as promessas de que a batalha para amenizar as desigualdades sociais vão continuar tanto no poder executivo quanto legislativo, levando a direita no Brasil a escolher entre bolsonarismo e democracia.,

A citação do senador Rodrigo Pacheco, referindo-se a frase de um dos mais reconhecidos políticos deste país, Ulisses Guimaraes, pode ser um alerta para os que continuem pensando no sofrimento de seus eleitores:

“O inimigo mortal do homem é a miséria. Mais miserável do que os miseráveis, é a sociedade que não acaba com a miséria.”

Ademais, as nações democráticas deste mundo devem ter em mente que todos os avanços alcançados neste final de 2022 podem ser revertidos, diante das ameaças da extrema direita. O único caminho que se tem para evitar isto e manter a democracia rolando é fazer com que a classe política passe a enfrentar o desafio de se empenhar pelo bem comum da sociedade.  No Brasil, a situação é ainda mais desafiadora, considerando o ódio criado para dividir a sociedade. 

Comentários