Faustão na Fila do SUS e o Menosprezo dos Ricos aos Pobres
Fonte: PronaTEC
Quando os ricos entram na fila do SUS, como Faustão, apenas para os casos de alta complexidade, os mais pobres sentem o menosprezo dos ricos, no dia a dia, com as filas do SUS no atendimento básico de saúde.
Quando a esquerda brasileira (hoje chamada de
comunista por bolsonaristas) propôs a criação do SUS, seguindo o modelo do NHS (Serviço
Nacional de Saúde da Inglaterra), o ideal era se ter um sistema de saúde para pobres
e ricos, sem distinção.
É possível que a decadência do SUS tenha se dado pelo fato de que os ricos só utilizam o sistema nos casos de atendimento de alta complexidade, não se preocupando com o que acontece na base do sistema. Na Inglaterra a queda do NHS começou quando se iniciou a privatização do sistema e os mais privilegiados começaram a ter planos de saúde privados, deixando o NHS para os mais pobres.
Por não se preocuparem com o que acontece na base do
sistema, que atende o maior contingente da população, os ricos permitem que os governantes
se sintam a vontade para cortar e desviar recursos e praticarem outras perversidades
contra os mais pobres, além das práticas de corrupção sempre registradas no
SUS.
A perversidade contra o SUS chegou ao ponto máximo
durante a Pandemia, quando se nomeou um general do exército como ministro da
saúde, que levou o país a registrar mais de 600 mil mortes, adotando políticas de saúde absurdas, incluindo o atraso na compra de vacinas.
Apesar da existência de uma CPI, que apurou várias
irregularidades, nada aconteceu, numa demonstração de que as elites e os ricos
do país compactuaram com tudo o que aconteceu. Em resumo, os mais pobres pagaram
uma conta muita alta, com a própria morte.
Se esta impunidade continuar sem nada acontecer, o
Brasil vai dar uma demonstração ao mundo de que é realmente um país sem futuro,
sendo as elites responsabilizadas por isto. Vale lembrar aqui o que aconteceu
na Alemanha, após a segunda Guerra Mundial, que soube prestar conta de seus demônios
e ainda hoje tenta enfrentá-los e destruir seus mitos.
Muitos estão dizendo que Faustão furou a fila do SUS –
um sistema para todos. A seriedade do SUS e seu reconhecimento mundial não
permite fura-filas. Faustão talvez tenha pela primeira vez enfrentado a fila do
SUS e sentiu o que isto significa. Mesmo
num atendimento de alta complexidade, Faustão e nossa elite devem se preocupar
com o SUS com um todo.
Trata-se de um sistema criado para ricos e pobres, em
todos os atendimentos, e os mais privilegiados não devem permitir que governos
irresponsáveis destruam um sistema que é de todos. Espera-se que doravante a
voz de Faustão seja usada na defesa de um SUS por mais saúde e justiça social.
Durante anos os ingleses diziam que o NHS era o primeiro
sem segundo, ou seja, eles não admitiam que o sistema deles chegasse a ser o segundo
no mundo. Não vamos chegar a tanto, mas vamos nos orgulhar que temos um SUS que
é bom para Faustão e que seja bom para todos os pobres do país.
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