Médicos do Inferno – O Eco dos Horrores de Experimentos Humanos
O livro da repórter Vivien Pitz, do Tribunal do Juri dos crimes da II Guerra Mundial, em Nuremberg na Alemanha, traz um extenso relato de crimes arrepiantes, chocantes e horrorosos de alguns médicos durante e guerra. Denominado de Médicos do Inferno (Doctors from Hell), o livro escrito há mais de dez anos descreve os horríveis experimentos em humanos, com o propósito de matar, mostrando-nos o nível a que chegou a ética médica e o lado escuro da decadência moral.
O pior, tais médicos não demonstraram nenhum
remorso pelo que fizeram. Como profissionais altamente qualificados praticaram
experimentos tão chocantes com pessoas? Para Vivien Pitz temos que continuar
denunciando demônios, de modo que os outros não esqueçam. Sempre informou aos
seus ouvintes tais crueldades, a diferença entre o bem e o mau e o silencio de
alguns, insistindo que as lições do passado não sejam esquecidas.
Os ecos em experimentos humanos tornaram-se uma
constante desde o ano passado, quando o presidente Bolsonaro intensificou uma
campanha orientando o Kit Covid ou tratamento precoce, constituído basicamente
por ivermectina, azitromicina e hidroxicloroquina. São diversas as
controvérsias sobre o uso destes medicamentos, mas o presidente, longe do
código de ética médica e do código de Nuremberg, convenceu muitos a embarcarem
numa aventura de falsa cura. O secretário de Justiça, Família e Trabalho do
Paraná, Ney Leprevost,
que perdeu o pai por conta do tratamento precoce, chegou a afirmar que tanto o
seu pai como “outros inúmeros casos de pessoas que acreditaram nesses
medicamentos após declarações de Bolsonaro”.
É muito estranho a forma como surgiu o
tratamento precoce no Brasil. sem comprovação científica e criticado por várias
entidades médicas, depois de se saber que só através de vacinas seria possível
combater o coronavírus. Apesar do incentivo de alguns profissionais médicos em
usar este coquetel de medicamentos, são vários os relatos de médicos mostrando
o agravamento e as complicações de pacientes que se submeteram ao tratamento
precoce.
Por conta disto, o seu uso intensivo no Brasil
precisa ser investigado pela Polícia Federal e todos os órgãos de justiça,
lembrando que a discussão sobre a ética aplicada à saúde precisa ser
intensificada, envolvendo filósofos, teólogos, sociólogos, advogados e a
sociedade como um todo, usuária do sistema de saúde. As críticas de renomados
profissionais médicos brasileiros ao Conselho Federal de Medicina (CFM) pela
inércia e omissão não podem ser silenciadas. Alguns já estão vendo o tratamento
precoce como um crime, que não parece ser pequeno.
È preciso investigar as razões pelas quais as
compra de vacinas foram negadas, enquanto se incentivava o tratamento precoce.
A CPI instalada está dando uma boa contribuição para se desvendar muitas coisas
absurdas, mas não pode enveredar pelo caminho de achar que se buscava uma
contaminação em massa ou imunidade de rebanho. Nada disto. Estamos diante de
algo pior, pois a imunidade de rebanho se dá através do uso de métodos
científicos. Nada disto parece ser identificado neste caso. É primordial
investigar a relação entre o tratamento precoce e a indústria de saúde, onde já
se observa, em alguns casos, crescimento de mais de mil por cento.
Urge, pois, analisar as estratégias deste
governo profundamente. Não fossem o STF e a coragem de alguns governadores
talvez já estivesse registrado alguns milhões de mortes. É preciso analisar as ações contra o distanciamento social, os ataques a governadores e prefeitos que
defendiam algumas restrições, o veto às máscaras e lockdown, o boicote à compra
de vacinas e outras imposições à empresa Pfizer e ao Instituto Butantã. Isto
não tem nenhuma relação com contaminação em massa ou imunidade de rebanho. Daí
a necessidade de aprofundar as investigações orientadas para os efeitos destes
experimentos em humanos.
A médica Nise Yamaguchi, grande defensora do
tratamento precoce, ao minimizar o sofrimento dos judeus perante a máquina de
matar de Hitler, deixou claro que não se deve ter medo do vírus. Daí se conclui,
que muito menos do tratamento precoce enquanto experimento em humanos. Lembrar
que Hitler usou a Eutanásia como a mais arrepiante, tenebrosa e criminosa máquina
de matar judeus, deficientes físicos e doentes mentais. Quando se trata de
experimentos em humanos, não podemos esquecer as crueldades do passado, como
bem disse Vivien Pitz.
Por fim, a sociedade brasileira tem que enfrentar
seus mitos e demônios para sair do estágio em que estamos, a exemplo do que fez
a Alemanha, hoje um exemplo para o mundo por ter enfrentado seus demônios. Com
sua democracia, é uma nação estável, próspera e decente no mundo. Tem seus
problemas, mas soube prestar conta de seus demônios. Quem visitou a Alemanha
nos últimos 70 anos, não viu só os museus ou o Holocausto. O país tem mais de
75 mil pontos, mostrando as atrocidades de seus demônios e a confrontação com o
horror. Nos Estados Unidos, que adoram seus mitos, vimos o “Make America Great
Again” quase levar o país a uma desgraça.
Se não quisermos continuar na desgraça, temos
que destruir mitos e enfrentar demônios, como fez a Alemanha. Com quase 600 mil
mortes, não podemos silenciar diante do eco dos horrores de experimentos
humanos, traduzido aqui pelo tratamento precoce engendrado pelo governo,empresários e alguns profissionais médicos.
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