Ações Climáticas ou Negacionismo nas Eleições de 2024?
Fonte: YouTube
Não há
dúvidas de que o clima estará nas urnas nas eleições municipais de 2024 e, com
certeza, as ações climáticas irão derrotar o negacionismo climático, influenciando
o voto de muitos eleitores, depois de se ter experimentado ou visto o que se
passou no Rio Grande do Sul.
Muitos
levaram anos para mobiliar suas casas, mas tiveram de fugir delas por alguns
dias e, na volta, o que encontraram foi a destruição, lixo e cheiro de podre. Este cenário de desolação e aflição está
sendo uma constante no mundo e, no Brasil, vai alcançar muitos de nós por conta
das mudanças climáticas.
Além disto,
o negacionismo climático de muitos de nossos políticos em não acreditar que
tudo isto foi construído pelo próprio homem na busca de ganância e avareza, só
está acelerando os desastres. Enquanto Trump é o grande influenciador deste
negacionismo nos Estados Unidos, no Brasil Bolsonaro afrontou o mundo com as
queimadas na Amazonia.
Vejam o que
nossos cientistas vêm dizendo há vários anos e, há poucos dias, no próprio Rio
Grande do Sul, alguns revelaram a mudança crescente da vegetação nativa para as
plantações de soja e avanços da pecuária no Pampa, que deve ter beneficiado uma
minoria em detrimento da maioria, principalmente os mais pobres, que mais
sofreram durante as enchentes.
São várias
as citações de que em 2021, os eleitores elegeram o pior Congresso Nacional da
história do país, fortalecendo a extrema direita na política brasileira. Por
conta disto, temos um Congresso negacionista em relação ao clima, favorável à
fake-news e tudo o mais que interessa às corporações, contrariando as
necessidades do povo.
Assim
sendo, espera-se, agora, que os eleitores elejam os melhores prefeitos e
vereadores da história deste país, que se preocupem com as principais ações
climáticas que devam ser implementadas na grande maioria dos municípios
brasileiros para amenizar o sofrimento de muitos com as temerosas mudanças
climáticas que podem nos atingir.
É preciso
que os eleitores avaliem a relação entre o negacionismo climático e as
ideologias políticas. Os partidos de direita e extrema direita tendem a ser
negacionistas e os eleitores devem fugir destes partidos. No Congresso
Nacional, temos as bancadas dos BBBs. Bancada da Bala, do Boi e da Bíblia,
todos com insinuações negacionistas.
É preciso
que os eleitores avaliem os riscos a que este país está sendo submetido em
conluios de destruição de nossas riquezas, beneficiando grandes corporações
internacionais. Notícias desta semana mostram que o Cerrado, em 2023,
ultrapassou a Amazonia em termos de área desmatada. É um dos maiores crimes
ambientais neste país.
Segunda a
imprensa da Europa, é nesta área que grandes corporações da Europa como a Zara
e H&M estão ligadas ao desmatamento, roubo de terras e outras violências,
onde mais de 800 mil toneladas de algodão são obtidas para a fabricação de
roupas no Ocidente. No Brasil não há divulgação desta violência e das pessoas/empresas envolvidas.
Ainda,
segundo o jornal francês, Le Monde, os campos de algodão estão contribuindo
para o desaparecimento da vegetação do Cerrado e numa investigação da
organização Fashion Crimes (Crimes da Moda), empresas europeias gigantes estão
ligadas ao algodão sujo brasileiro.
A
organização não lucrativa inglesa denominada Earthsight também denunciou as
falhas de cultivo intensivo do algodão exportado do Brasil para a Asia para a
fabricação do jeans da Inditex,
proprietária da Zara, a marca mundial número um, e H&M.
Portanto,
precisamos mais do que nunca de uma classe política, das câmaras Municipais ao
Congresso Nacional, preocupada com a educação ambiental, combate a brutal e
violenta degradação ambiental e uso de práticas de sustentabilidade. A
degradação ambiental vem do Pampa, no Rio Grande do Sul, à Caatinga no
Nordeste, sem falar no Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Mata dos Cocais e
Floresta Amazônica.
São nestes
biomas que tem se desenvolvido uma monocultura de soja, milho e outros,
beneficiando meia dúzia de corporações e produzindo um empobrecimento da
maioria da população. Além disto tem se desenvolvido uma pecuária predatória e
expansão do consumo de agrotóxicos.
É preciso
que o eleitor compreenda que a degradação ambiental não se dá sem a
participação do crime organizado. Estudo do Instituto Igarapé, publicado em
2023, mostra que em 2018 o crime ambiental se tornou a terceira atividade
criminosa mais lucrativa do mundo, movimentando de 110 a 280 bilhões de dólares, anualmente. Os ilícitos vêm principalmente do ouro ilegal, pecuária ilegal e
madeira ilegal.
Por fim,
cabe ao eleitor nestas eleições municipais decidir se quer continuar com o negacionismo
e crimes ambientais ou optar por uma justiça ambiental, combatendo a degradação
ambiental do Pampa, da Caatinga e de todos os biomas nacionais, em benefício da
melhoria das condições de vida e bem-estar de todos.
Vamos agir
agora, combatendo o negacionismo climático, usando uma forte arma – o voto.
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