Países Advertem Riscos de Viagens aos Estados Unidos
Fonte: You Tube
Vários
países estão advertindo seus cidadãos sobre os riscos de viagens aos Estados
Unidos, incluindo países europeus tais como Alemanha, França, Reino Unido,
Portugal, Dinamarca e outros. A lista não se limita apenas à Rússia e China,
mas ao próprio Canadá, país vizinho dos Estados Unidos.
O argumento
principal é que na segunda gestão de Trump, os Estados Unidos se tornaram um
Estado hostil, segundo a BBC, e qualquer cidadão turista ou visitante pode ser
preso e passar dias em prisões terríveis, conforme depoimentos de alguns,
divulgados pela imprensa.
Ora, se até
um cidadão americano é preso por imigração ilegal, imagine o que pode acontecer
com imigrantes de outros países, turistas e visitantes. O jovem Juan Carlos
Lopez-Gomez passou algumas horas detido, embora liberado depois de algumas
horas.
Para a
juíza LaShawn Riggans não havia “causa provável para prendê-lo, mas a
procuradora estadual”, na Florida,
“insistiu que o tribunal não tinha jurisdição para soltá-lo, já que o
ICE, agência responsável por deportações, formalmente pediu que ele fosse
mantido na prisão”.
Para se ter
uma dimensão do medo, em março passado, quase um milhão de canadenses deixaram
de visitar os Estados Unidos, em relação a março de 2024. Além das advertências
do governo canadense sobre os riscos de viagens, esta semana a Associação de
Professores das Universidades Canadenses implorou a seus membros que evitem
viagens não essenciais aos Estados Unidos em meio à repressão de Trump à
pesquisa e educação, além do medo de serem recusados na fronteira, com a
possibilidade de prisão.
A
Associação mencionou relatos de alguns canadenses enfrentando dificuldades ao
cruzar a fronteira. Para a Associação, o alerta se aplica também
particularmente a pessoas, “cuja pesquisa possa ser vista como contrária à
posição do atual governo dos Estados Unidos”. Menciona, ainda estrangeiros, que
foram enviados para centros de detenção por mais de sete dias, incluindo a
canadense Jasmine Mooney, além de dois turistas alemães e um mochileiro do País
de Gales, objeto de manchetes.
Para nós
brasileiros, o artigo do grande jurista de direito constitucional, da
Universidade São Paulo, Conrado Hubner Mendes, intitulado “Viajar aos Estados
Unidos está perigoso”, divulgado pela UOL, nos dá uma boa orientação sobre os
riscos e perdas de direitos que teremos ao viajar aos Estados Unidos.
Se tivesse
tido as orientações e informações divulgadas esta semana, não teria viajado ao
Canadá via Estados Unidos, na semana anterior. Nada de anormal aconteceu,
apesar de algumas preocupações, sobretudo quando me despedi de minha irmã no
aeroporto e as últimas palavras dela foram: “Cuidado com Trump”.
Depois de
ver a fúria de Trump contra acadêmicos e grandes universidades americanas, como
a Universidade de Harvard, onde fui pesquisador visitante, fico imaginando como
um país, que sempre defendeu a democracia, de repente, é dominado por um
governo autocrático, de destruição e perseguição aos países mais pobres, com
tarifas inexplicáveis.
Nossos
concidadãos foram os primeiros a enfrentarem a fúria do autoritarismo do governo
Trump, ao serem deportados algemados e acorrentados, como imigrantes
criminosos. É possível que menos de um por cento deles sejam criminosos
perigosos. O crime da grande maioria for
ter entrado no país ilegalmente, mas não merecia tamanha humilhação. Poderiam
até ser algemados, mas nunca acorrentados num voo de várias horas.
O governo
brasileiro, em boa hora, defendeu a soberania nacional, evitando que
brasileiros entrassem no solo nacional de forma tão humilhante. Vale mencionar
aqui uma passagem bíblica sobre um dos mais citados milagres de Jesus, ao curar
um leproso imundo, coberto de lepra, que fugiu do leprosário ou caverna da
morte.
Por se
tratar de uma doença incurável, era proibido por lei um leproso fugir do
leprosário, em se tratando de uma doença
tremendamente contagiosa. Porém, o leproso já visto como uma carcaça humana,
coberto de feridas, desobedeceu a lei de Israel e saiu no meio da multidão em
busca de sua cura. Jesus não o repreendeu, mas simplesmente tocou no homem e o
curou instantaneamente.
Assim
sendo, milhares de imigrantes de vários países tentam refugiu nos Estados
Unidos em busca de trabalho para poder matar a fome de seus familiares. Outros
são refugiados de guerras cruéis e ditaduras ferozes em seus países de origem. Muitos
brasileiros foram em busca de melhores dias para seus filhos e família e o
crime deles deve ser tratado de uma forma mais humana, considerando as
tremendas desigualdades sociais. Já foi dito, a justiça dos homens, por vezes,
não passa de trapos de imundícia (Isaías 64:6).
Temendo
riscos maiores, não me atrevo mais viajar aos Estados Unidos ou pelos Estados
Unidos, enquanto durar o governo Trump. Aos brasileiros, minha sugestão é de
adiar suas viagens, que não sejam de grande necessidade, principalmente se
criticaram Trump ou Elon Musk na internet. Acredito que os que participaram do
8/1 e destruíram o patrimônio público enfrentarão os mesmos problemas.
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