COP30 Aceita Como Uma COP do Blá Blá Blá – Que Vergonha!

 

Fonte: Correio Brasiliense                                                                                                                              

O Governo e o Congresso Nacional no Brasil parecem aceitar a COP30 como uma COP blá blá blá, em vez de enfatizar seu papel crucial no fomento da participação e da democracia no debate global sobre as mudanças climáticas. Que Vergonha!

Nos últimos dias, as iniciativas governamentais em prol da ganância corporativa e a aprovação pelos parlamentares do chamado "Projeto de Lei da Devastação" são retrocessos vergonhosos que ignoram a crise climática.

Há pouco tempo, uma das mais famosas ativistas ambientais, Greta Thunberg, cunhou a palavra "blá blá blá" para considerar as COPs como mera retórica. A COP30 será realizada no Brasil brevemente, onde a jovem sueca Greta Thunberg foi criticada pelo ex-presidente Bolsonaro como uma "blat", em 2019. Agora seus apoiadores acabaram de aprovar um projeto de lei ambiental devastador. Como você vê a COP30 contra a ganância corporativa e a devastação ambiental no Brasil?

No atual governo e em governos anteriores e na imprensa brasileira, tudo se faz para ofuscar como iniciativas foram tomadas ao longo dos anos em investimentos públicos para financiar empresas na produção de carne no Brasil. O que essas empresas fizeram em termos de desmatamento não só na Amazônia, mas em todo o país?

Comenta-se que cerca de 20% dos investimentos da JBS, por exemplo, são feitos com dinheiro público, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Este banco parece se orgulhar de seus lucros, mas investimentos cruéis precisam ser investigados para se saber sobre a destruição ambiental em todo o país.

Em um setor dominado pela corrupção, destruição ambiental, violência e mortes por agrotóxicos descontrolados, muitas perguntas ainda não foram respondidas no Brasil. O Projeto de Lei de Licenciamento Ambiental é uma grande vitória para o agronegócio no Brasil, que desenvolveu o modelo agrícola mais tóxico e insustentável do Brasil, está destruindo o país e aumentando os riscos de destruição generalizada.

Da mesma forma como a ganância corporativa se desenvolveu no país ao longo dos anos, com o apoio do governo, não é surpresa a aprovação do Projeto de Lei da Devastação na semana passada, quando alguns representantes oficiais expressaram suas preocupações. Para Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, o Projeto de Lei da Devastação aprovado foi um "golpe mortal", instando os brasileiros a resistirem à legislação.

Por outro lado, o ex-ministro Carlos Minc afirmou que a aprovação da lei representa um retrocesso de 80 anos. O governo de coalizão no Brasil, dominado por políticos de direita, deixou claro para a COP30 que a prioridade no país é defender a ganância das corporações.

Enquanto muitas instituições favoráveis ​​à ganância das corporações apoiaram a aprovação do Projeto de Lei, entre elas a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), as críticas de muitos ambientalistas foram publicadas ao redor do mundo e vale a pena mencionar algumas delas.

Para Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, o Senado brasileiro “aprovou a implosão do licenciamento ambiental no país”. Para Mariana Mota, gestora política do Greenpeace Brasil, o Projeto de Lei é “um atalho perigoso, cujo resultado serão obras sem o crivo de quem entende os impactos reais e o país pagando a conta em conflitos, degradação e desastres anunciados”.

Para Anna Carolina Crisóstomo, especialista em conservação e políticas públicas do WWF-Brasil, “é inaceitável que, em plena emergência climática, o Senado enfraqueça ainda mais o controle ambiental, violando acordos internacionais e isolando o Brasil das boas práticas globais”. Segundo ela, “é uma decisão que afasta o Brasil da liderança ambiental e mergulha o país em um perigoso caminho de destruição silenciosa, desigualdade e impunidade”.

Não está clara a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Projeto de Lei da Devastação, mas seus apoiadores manifestaram apoio à medida. Ele já decepcionou o movimento climático em relação à exploração de petróleo perto da foz do Rio Amazonas e o novo projeto de lei abre caminho para acelerar a autorização dos projetos da Petrobras.

É importante resistir ao Projeto de Lei da Devastação, mas mais importante do que isso é ver como o povo brasileiro está sofrendo nas mãos da ganância das corporações e como políticos da direita à esquerda estão sendo alimentados pelas mãos das corporações no país. Este não é o caso apenas no Brasil, mas em muitas partes do mundo.

Parece que falhamos em analisar como os governos se tornaram disfuncionais, como é o caso do Brasil agora, nas mãos da ganância corporativa, mas isso deveria ser debatido em eventos como a COP30, trazendo responsabilidades sociais e responsabilização para as corporações que devastam o meio ambiente.

A falta de debates sobre princípios morais e éticos em relação à preservação ambiental, bem como a força dos lobistas da ganância corporativa em COPs anteriores, podem ter levado a Garota Sueca, Greta Thunberg, a se assustar e considerar os debates nas COP como blá, blá, blá.

A COP30 no Brasil e as iniciativas do governo federal e do Congresso Nacional não nos oferecem muitas esperanças, mas vamos ver como ela toca no problema ambiental mais sério do mundo: a ganância corporativa.

 

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