Pilhas de Merda dos Amantes de Bife Substituindo a Floresta Amazônica
Fala-se muito sobre os danos dos efeitos do lixo
no planeta, mas poucos falam do dano maior causado pelas pilhas de excremento
humano que estão destruindo a maior floresta do globo terrestre. Reportagens do
Jornal Washington Post estão mostrando o quanto os americanos, enquanto amantes
do bife, estão ajudando a destruir a Amazonia.
Assim sendo, a Floresta Amazônica está sendo
substituída por pilhas de excremento, principalmente nos Estados Unidos e aqui
no Brasil. Ao invés de se ter uma respiração de ar puro da Floresta, nossa
respiração e nossa saúde estão sendo afetadas por dejetos humanos. Em resumo,
estamos substituindo os efeitos benéficos oriundos da floresta por pilhas de
excremento nocivas à saúde.
Não são só os americanos os responsáveis pelo
elevado consumo de bife no mundo. A elite brasileira sempre consumiu bife de forma exagerada. Diante do elevado preço do produto nos dias de hoje, a classe
média brasileira reduziu substancialmente o consumo de carne e cerca de 30% da
população já enfrenta a ‘fila do osso’.
Mas os efeitos desta troca vão mais além. Não se limitam apenas às condições climáticas
afetando o mundo inteiro, mas trazendo secas, inundações, solos estéreis,
milhares de mortes, insegurança alimentar e prejuízos nunca imaginados.
Já foi dito que quando nós continuadamente
tiramos nutrientes de alguma parte do planeta e descarregamos em outras partes,
estamos causando dois problemas de uma vez. Estamos destruindo o solo numa
parte e fertilizando exageradamente em outra parte.
O que esquecemos nesta equação é que nosso
lixo, como potente fertilizante produzido regularmente, vai fertilizar o lugar
errado. Não são os campos de fazenda, mas rios, lagos, pântanos e oceanos.
Neste caso, já que não descarregamos nossa merda para o lugar de onde veio o
alimento, o problema se torna pior.
Para o epidemiologista canadense, David
Waltner-Toews, isto é chamado de redistribuição de nutrientes no planeta, que
traz ruinas para o balanço nutricional dos ecossistemas. Para ele, você está
tirando toda biodiversidade de um ecossistema e criando pilhas de merda em
outro lugar. Em resumo, a destruição dos campos de fazendas vai exigir uma
carga maior de fertilizantes.
As iniciativas de nossos governantes em
financiar com recursos públicos os grandes exportadores de carne do Brasil,
incluindo a JBS – maior produtor de bife do mundo, deu origem a tudo isto que, para
o Washington Post, está acontecendo num ambiente de corrupção, crime e ganância, que está acelerando a destruição da maior Floresta do mundo, com a
cumplicidade dos americanos e outros consumidores, enquanto amantes de bife.
Vale mencionar aqui o recente livro de John Ehrenreich mostrando-nos como décadas de ganância e más escolhas nos deixaram tão vulneráveis nesta Pandemia, sem pensar em assuntos que não nos pareciam imediatamente associados com o coronavírus, a exemplo do crescimento de grandes fazendas, uso abusivo de antibióticos e as políticas que promoveram a riqueza individual sobre a igualdade. A conclusão de Ehrenreich é que o único caminho de se evitar pandemias futuras é acabar com o desmatamento, fazendas industriais, enfrentando o racismo, pobreza e a polarização política.
Do ponto de vista político, dificilmente haverá
mudanças deste quadro no Brasil, quando os eleitores destas regiões sempre
elegeram como representantes políticos a chamada ‘Bancada do Boi’ e até
políticos criminosos. A única saída que parece viável seria o boicote neste ambiente hostil, que poderia ser feito tanto por americanos como pelos
brasileiros.
Orientado por um capitalismo selvagem e um
agronegócio insustentável, perverso e dominante no país e reforçado no atual
governo, reconhecido mundialmente por incentivar a destruição da floresta, cuja
ganância busca ainda a invasão de terras indígenas, vista como uma prática de
genocídio.
Como admiradores do povo americano, a maioria do
povo brasileiro pede socorro aos que quiserem, de forma democrática, ajudar a
salvar nosso planeta. Já que os dois países estão na mesma situação de
enfrentamento às ameaças das práticas democráticas, poderão se unir para evitar
que toneladas de bife sejam exportadas para os Estados, trazendo efeitos tão nocivos
quanto aos que foram acima mencionados.
Vamos manter os bons princípios de segurança alimentar e nutricional, pensando em compromissos com as gerações mais novas,
nossa saúde e bem-estar, reforçando nossa cidadania.
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