Preços no Mercado da Indústria de Carne Plant-Based
Se os preços da carne à base de plantas (plant-based)
sempre foram mais elevados do que da carne animal, neste momento de crise e
alta inflacionária, o mercado da indústria de carne baseada em plantas está
sendo severamente afetado, apesar do grande interesse da sociedade em
substituir as proteínas animais pelas proteínas de plantas.
Isto está se dando depois de um grande crescimento da
indústria de alimentos à base de plantas, nos últimos anos, a exemplo do leite
de soja. Hoje temos vários produtos no mercado substituindo as proteínas
animais pelas proteínas de plantas, tais como queijos, manteigas, yogurts,
bebidas, cremes e molhos e até ovos à base de plantas.
Estas mudanças estão se dando por conta das
preocupações da sociedade com a destruição ambiental causada pela criação
animal, além das questões éticas e de saúde. Estudos sobre estas questões
precisam ser aprofundadas para apoiar as decisões dos consumidores que,
infelizmente, dependem basicamente dos preços do mercado.
O chamado consumidor ético não surge do vazio. Ele
depende de muitas informações, que nem sempre são produzidas nas propagandas de
marketing das empresas. Da mesma forma, as dietas saudáveis e nutricionais
requerem um longo processo educacional e de pesquisas nas áreas de nutrição e
saúde.
Mudanças das pegadas ambientais também exigem muitas
informações ainda não disponíveis para a sociedade. Enfim, as orientações dos
governantes e autoridades sobre as necessidades destas mudanças são carentes de
muitas informações.
Evidentemente, o mercado pode em certos momentos
afetar o consumo de produtos baseados em plantas, como está acontecendo no
momento nos Estados Unidos, mas se não houver grandes investimentos em
pesquisas nas áreas acima citadas, os consumidores poderão reduzir o consumo de
produtos baseados em plantas numa intensidade maior do que os preços do
mercado.
Críticas começam a surgir sobre a falta de
transparência das empresas líderes de produtos baseadas em plantas no mercado
americano. Empresas como a Beyond Meat e Impossible Foods estão sendo
criticadas pela falta de transparência, não produzindo as informações
necessárias sobre questões ambientais.
Chegou o tempo em que cada empresa tem que informar os
efeitos de suas ações sobre as questões ambientais. Substituir a carne animal
por plantas pode trazer melhorais ambientais fundamentais, mas não isentam
estas empresas de que simplesmente não afetam o meio ambiente.
Infelizmente, no Brasil, não temos ainda
regulamentação apropriada para estas empresas. Num momento em que o
conhecimento no país é substituído pela ignorância, violência e teorias da
conspiração tornar-se difícil surgir uma regulamentação, diante da grande
necessidade de pesquisas para orientar o tema.
Embora os governantes tenham financiado a maior produtora de carne do mundo – JBS – esqueceram de regulamentar até a produção
de carne animal, em termos das questões acima citadas. Pesquisas nacionais e
internacionais têm mostrado os danos ambientais desta empresa no país,
sobretudo em termos do desmatamento da Amazonia. Isto sem falar na grande
crítica da mídia internacional. Como será o comportamento desta corporação na
produção de carne baseada em plantas?
Sem transparência e a falta de regulamentação da
produção de carne baseada em plantas, não se sabe o que está acontecendo no
país. Hoje, até os fundos de quintais utilizam o discurso ou propaganda de que
estão produzindo de forma sustentável, sem nenhuma informação ou transparência
do que estão e como estão produzindo.
Sabemos que existem alimentos que curam e que matam,
razão pela qual a carne baseada em plantas é um novo campo de conhecimento que
precisa de uma longa caminhada e grande empenho para produzir os efeitos
desejados.
Se o mundo não enfatizar uma política ambiental
sustentável valorizando a vida das pessoas, a produção de alimentos à base de
plantas tornar-se-á insustentável, servindo apenas aos interesses do capital. A
partir do momento em que o grande dinheiro começa se tornando vegano,
investindo na indústria de alimentos à base de plantas como uma grande
oportunidade de crescimento, já se percebe a raposa cuidando do galinheiro. A
ganância por trás deste novo mercado já é reconhecida.
Enquanto alguns países estão embarcando numa transição
para dietas baseadas em plantas, a exemplo da França, o governo brasileiro não
consegue apagar os incêndios no país e a violência e organizações criminosas se
proliferam na Amazônia.
Por outro lado, o nosso Congresso parece engajado na
aprovação de legislações nocivas e favoráveis às práticas de destruição
ambiental. Devemos reduzir o consumo de
carne, pensando em salvar o planeta, até apoiando os produtores, desde que a
ética e a transparência sejam evidenciadas.
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