Mortes e Genocídio no Discurso da Gangue Bolsonarista

 


Depois de não terem se compadecido com as milhares de mortes da Covid-19, os bolsonaristas acharam pouco e fizeram o ataque golpista covarde à Praça dos Três Poderes, destruindo símbolos sagrados do povo brasileiro, isto depois do desrespeito inaceitável ao maior símbolo de veneração de nosso povo católico – Nossa Senhora Aparecida.

Para completar o elenco de cenas criminosas da gangue bolsonarista, incluindo o ataque à democracia ao longo de quatro anos, surge agora o genocídio dos Yanomamis, contradizendo o discurso falso e mentiroso de “Deus, Pátria e Família”. Tudo isto apoiado pela elite política e até religiosos, incluindo os da igreja Católica. São contra o aborto, mas permitem o genocídio de índios e a matança de negros. São bolsonaristas.

O genocídio de índios não é um registro vergonhoso apenas da história do Brasil. Estados Unidos e Canada também fizeram isto com a mesma perfeição monstruosa. Porém, neste século XXI, estes países já discutem formas de indenizar os índios pelas atrocidades cometidas.

O ano passado o governo canadense reconheceu que “injustiças históricas exigem reparações históricas”, aceitando pagar mais de 40 bilhões de dólares canadenses (mais de 160 bilhões de reais) à população indígena do Canada por práticas genocidas. Esta semana, o governo canadense aceitou pagar mais recursos, ou seja, mais de dois bilhões de dólares (mais de 8 bilhões de reais) por outro tipo de reparação.  Já se discute até a possibilidade de devolver parte das terras tomadas e roubadas deles. As cortes de justiça do Canadá têm sido mais favoráveis aos direitos dos índios do que o próprio governo.

Infelizmente, no Brasil ainda se discute demarcação de terras indígenas e marco temporal. Demarcar o que? Marco temporal de que? A terra é dos índios e deles está sendo roubada. O erro histórico de se ter roubado a terra deles para entregá-las a grandes fazendeiros e corporações é que deve ser corrigido. O governo, fazendeiros, latifundiários, garimpeiros, grileiros e grandes corporações é que deveriam estar indenizando os índios por atos desonestos e criminosos. 

O pensamento colonial é dominante neste país quando de se trata de terras indígenas. A classe política que deveria estar elaborando leis para eliminar as práticas de genocídio, fazem de tudo para fortalecê-las. Bolsonaro e sua gangue facilitaram a passagem da boiada, com forte apoio das elites políticas e militares brasileiros, criando uma organização criminosa brutal e perversa nas terras dos Yanomamis.

Os dois acontecimentos desastrosos deste início de ano no Brasil dão um exemplo ao mundo de que nosso país é contra a democracia e favorável à corrupção. O primeiro, diz respeito ao ataque terrorista de 8 de janeiro. O segundo, arquitetado por Bolsonaro e sua gangue enfatizou o genocídio dos Yanomamis. Mesmo ofuscado pelo governo e esquecido pela imprensa é possível observar como o crime organizado, a violência, o caos e a corrupção se instalaram na Floresta Amazônica para dizimar inocentes defensores de nossas florestas.

É preciso compreender que só existe combate à corrupção nos regimes democráticos. Todo regime autoritário é, por natureza, corrupto. Os defensores do bolsonarismo, ditadura militar e acampamento em frente dos quartéis são defensores da corrupção. Da mesma forma, os defensores do genocídio dos Yanomamis são defensores do crime organizado, da violência e do caos. Não se viu ninguém durante a destruição na Praça dos Três Poderes, em Brasília, defendendo os Yanomamis ou demonstrando insatisfação com as desigualdades sociais neste país.

Além disto, estes dois acontecimentos recentes, ou seja, o golpismo e o genocídio, mostram para o mundo que o Brasil é contra o tão desejado desenvolvimento sustentável. Não haverá desenvolvimento sustentável quando se defende a corrupção e se é contra a democracia. Não existe desenvolvimento sustentável quando as práticas de genocídio atingem os moradores das florestas.

Um país que tenta dizimar o seu contingente humano de comportamento voltado para a sustentabilidade ambiental e como o maior defensor de nossas florestas não tem perspectivas de futuro e sempre está mentindo para o mundo quando fala em desenvolvimento sustentável, sobretudo quando tudo acontece aos olhos de uma elite política, financeira, militar e econômica, de pensamento colonial, arcaico, ganancioso e cruel, apoiada por bolsonaristas.

É reconhecido que o Estado e nosso sistema legal marginalizam e discriminam nossos povos indígenas com uma experiencia de vida de milhares de anos e um conhecimento fundamental e incomparável sobre como gerenciar recursos naturais de forma sustentável e como guardião da terra para as próximas gerações. Por que nosso sistema legal discrimina tanto estes povos? Embora seja tão tarde, indenizá-los é o mínimo que deve ser feito.

É uma tristeza ver (imagem acima) os defensores de práticas ambientais sustentáveis, ainda crianças, atingidos por práticas genocidas de uma elite perversa, agindo como sempre em tcrras alheias.  

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